Taxistas marcam novos protestos para 10 de Outubro

Nova concentração em Lisboa visa contestar a actividade de plataformas como a Uber e a Cabify.

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Os taxistas acusam plataformas como a Uber de operarem à margem da lei Nélson Garrido (arquivo)

As organizações representativas do sector do táxi anunciaram nesta quarta-feira uma nova concentração em Lisboa, a 10 de Outubro, para contestar a actividade de plataformas como a Uber e a Cabify, que consideram funcionar de forma ilegal.

O presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos, disse à agência Lusa que os pormenores do protesto, com o tema Todos para Lisboa, ainda vão ser acertados por esta entidade e pela Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), mas sublinhou que a concentração "não pode ser apenas mais uma iniciativa, tem de ter consequências".

O responsável explicou que inicialmente o objectivo era realizar a acção até ao final de Setembro, mas foi decidido — também em função da "sensibilidade" demonstrada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa — dar mais tempo de reflexão ao Governo e às instituições públicas, para que "alguém de bom senso" consiga reunir as partes interessadas para discutir a questão e "não impor soluções".

"Ouvimos várias pessoas dizer que é ilegal, mas depois ninguém faz nada. Estão a acontecer situações em que carros da Uber ocupam praças de táxi, por exemplo. É preciso parar os carros", afirmou, sublinhando que é necessário rever a legislação sobre contra-ordenações para estes casos.

Ainda assim, Carlos Ramos destacou que o sector quer discutir a regulamentação das plataformas online, até porque também os taxistas têm serviços do género: "Estamos abertos a discutir para dar corpo legal às plataformas."

A Uber e a Cabify são plataformas online que permitem pedir carros de transporte de passageiros, com uma aplicação para smartphones que liga quem se quer deslocar a operadores de transporte.

A sua instalação em Portugal tem sido muito contestada pelos taxistas, tal como noutros países, tendo já havido registo de situações de confronto e agressões entre os profissionais.

Os taxistas, através das suas associações socioprofissionais, reclamam sofrer de concorrência desleal em virtude do quadro legislativo existente e que obriga a determinados preceitos financeiros e de segurança, por exemplo, para poderem exercer a sua actividade. Em Abril, milhares de taxistas protestaram em Lisboa, no Porto e em Faro.