Sonda File foi finalmente descoberta
A Roseta fotografou a File caída numa fenda do cometa 67P/Churiumov-Gerasimenko.
A odisseia da sonda europeia File chegou inesperadamente ao capítulo final. As câmaras de alta-resolução da sonda Roseta, da Agência Espacial Europeia (ESA), descobriram a sonda à superfície do cometa 67P/Churiumov-Gerasimenko, anunciou a agência espacial esta segunda-feira.
A sonda aterrou no 67P há quase dois anos para o inspeccionar, mas rapidamente ficou sem energia porque os seus painéis solares estavam à sombra. As novas imagens foram obtidas pela Roseta quando ela passou a uma distância de 2,7 quilómetros da superfície do cometa, e mostraram a File numa fenda escura.
“Esta descoberta notável surge depois de um longa e custosa procura”, diz Patrick Martin, gestor da missão da Roseta da ESA, citado num comunicado daquela agência. A Roseta só tem mais um mês de vida, por isso a esperança de se encontrar a File já era diminuta. “Começávamos a pensar que a File iria ficar perdida para sempre. É incrível termos conseguido isto à última hora.”
A File estava agarrada à Roseta, que alcançou o cometa em Agosto de 2014, e aterrou no 67P em Novembro de 2014. Apesar de ter acertado no local previsto, a sonda – de um metro de altura e com 100 quilos – acabou por ressaltar várias vezes antes de ficar presa num penhasco. Na altura, os cientistas conseguiram fazer uma estimativa aproximada do local onde aterrou, graças à informação das ondas rádio que emitiu. Mas não encontraram o local específico.
Depois de perder a energia em poucos dias, a File voltou a dar sinais de vida em Junho de 2015, mas por pouco tempo. No início deste ano, os cientistas da ESA desistiram de tentar entrar em contacto com a sonda. Apesar de a File ter tido pouco tempo para fazer as experiências científicas programadas, a informação que recolheu está a redefinir aquilo que sabemos sobre os cometas.
Mas a Roseta continuou a estudar o cometa e a procurar a File. Os cientistas esperam ainda ter um último vislumbre da pequena sonda, no final de Setembro, quando a Roseta realizar novos voos perto da superfície do cometa. Depois, dia 30, a sonda vai descer até 67P, numa lenta trajectória em espiral, terminando uma missão de 12 anos.