Atentado fez 14 mortos na cidade natal do Presidente das Filipinas
Rodrigo Duterte estava em Davao, quando houve explosão reivindicada pelo movimento islamista Anbu Sayyaf.
Catorze pesoas morreram e pelo menos 70 ficaram feridas numa explosão registada sexta-feira num mercado de Davao, cidade natal do Presidente filipino, reivindicado pelo grupo islamista Abu Sayyaf. Rodrigo Duterte estava na localidade no momento em que ocorreu a deflagração, mas ficou a salvo.
Segundo um responsável militar, contactado pela Reuters, a explosão ocorreu nas imediações de um hotel de cinco estrelas da cidade, no Sul das Filipinas, muito frequentado por turistas e empresários.
Ouvido pela Reuters, Paulo Duterte, filho do Presidente e adjunto do actual presidente da câmara, confirmou que o pai estava em Davao, mas foi levado, são e salvo, para uma esquadra da polícia. Uma medida preventiva uma vez que Duterte estaria longe do local onde ocorreu a explosão. Horas antes, tinha dado uma conferência de imprensa na cidade, transmitida em directo pelas televisões, em que desvalorizara rumores sobre uma possível tentativa para o assassinar, dizendo que tais ameaças são expectáveis.
Presidente da câmara de Davao durante 22 anos, Duterte ganhou fama de justiceiro na sua luta, sem tréguas nem quartel, contra o crime e o narcotráfico na cidade – uma guerra que prometeu estender a nível nacional quando foi eleito, em Maio, para a presidência das Filipinas. Desde então, mais de duas mil pessoas foram mortas. Parte foi morta às mãos das forças policiais, mas também em ataques atribuídos a grupos de vigilantes, depois de no próprio discurso de tomada de posse Duterte ter encorajado os cidadãos a tomarem a justiça em mãos, matando traficantes e consumidores de droga.
Palavras e números que despertaram fortes críticas internacionais, incluindo das Nações Unidas – organização que Duterte admitiu abandonar em resposta às críticas. Recusou-se recentemente a receber uma delegação da ONU.
Davao situa-se na ilha de Mindanao, um das maiores do arquipélago que compõe as Filipinas, onde há décadas está activa aguerrilha islamista Abu Sayyaf. que luta pela separação de uma parcela da região do resto do país, maioritariamente católico. A cidade tem, no entanto, sido poupada a ataques nos últimos anos.