Medalhas olímpicas de Tóquio 2020 podem ser feitas de lixo electrónico
A ideia é reutilizar os metais preciosos que integram a composição de muitos “gadgets” nas medalhas de ouro, prata e bronze. Anualmente, 650.000 toneladas de aparelhos electrónicos e electrodomésticos são descartados no Japão
A “mina urbana” em que se transformou o lixo electrónico do Japão pode vir a ser aproveitada nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. De acordo com a “Nikkei Asian Review”, os organizadores do evento esperam utilizar os metais preciosos presentes na composição de muitos “gadgets” na confecção das medalhas olímpicas.
“A ‘mina’ de ouro e prata presente em pequenos objectos electrónicos é, respectivamente, equivalente a 16 e 22 por cento do total das reservas mundiais — ultrapassando as reservas de qualquer nação com recursos naturais abundantes”, lê-se no site da publicação japonesa.
Para as medalhas entregues nos Jogos Olímpicos de 2012 foram necessários 9,6 quilogramas de ouro, 1,210 de prata e 700 de cobre (o principal componente do bronze”. “Em comparação, a quantidade de metais preciosos recuperados de pequenos objectos electrónicos descartados no Japão, em 2014, incluiu 143 quilogramas de ouro, 1,566 de prata e 1,112 toneladas de cobre.”
O lixo electrónico (computadores, “smartphones”, electrodomésticos) é um problema ambiental neste país asiático. Segundo estatísticas, 650.000 toneladas de “gadgets” são descartados anualmente no Japão. Destes, menos de 100.000 toneladas são recolhidas, todos os anos, ao abrigo de uma legislação de reciclagem de dispositivos electrónicos domésticos aplicada em 2013.
Já nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que terminaram há poucos dias, as medalhas de prata e de bronze continham 30 por cento de material reciclado e foram as mais "verdes" de sempre.