Emanuel Silva admite frustração com "o primeiro lugar dos últimos"

O canoísta mostrou-se conformado com o quarto lugar alcançado na final de K2 1000m.

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A desilusão da dupla portuguesa com o 4.º lugar MURAD SEZER/Reuters

Foi sem subterfúgios que Emanuel Silva comentou o quarto lugar que ele e João Ribeiro, a dupla portuguesa que competiu em K2 1000m, alcançaram nesta quinta-feira na final da prova. "O quarto lugar? É o primeiro lugar dos últimos, infelizmente. Só depois de cortar a meta, quando olho para o meu lado esquerdo, onde estavam os candidatos, é que reparei que tínhamos sido ultrapassados pelos australianos. Nós, durante a prova, sabíamos que vínhamos nos lugares da frente, eu estava a ter essa noção, tive de acreditar. O João tinha ordens para não olhar para o lado, tinha de seguir o meu ritmo e a minha estratégia. Foi quase perfeito, porque perfeito teria sido uma medalha. É frustrante", assumiu o medalha de prata de Londres 2012, quando fez dupla com Fernando Pimenta.

"Não vou dizer que estou triste, estou contente, um bocado frustrado. É uma mistura de sensações e emoções. Agora é descansar, amanhã [sexta-feira] nasce um novo dia, novas oportunidades. Temos o K4, vamos descansar, vamo-nos juntar ao Fernando e ao David e vamos procurar um melhor resultado", prometeu Emanuel Silva.

O mais experiente dos canoístas nacionais revelou que a primeira frase que dirigiu ao seu parceiro, estreante em Jogos Olímpicos, foi: "'Tá' boa, não deu para mais".

"Ele sabe o que eu sinto, ambos sentimos o mesmo. Sentimos aquela angústia do quarto lugar, é aquele lugar que ninguém deseja. Nós abdicámos de tantas coisas nas nossas vidas, família, amigos, para lutar por um objectivo e chegas aqui e és quarto? Nada melhor que chegar a Portugal com uma medalha e dizer ‘Está aqui o esforço recompensado’. Infelizmente é assim a vida", disse, emocionado.

Emanuel Silva não apresentou desculpas para a ausência de medalha olímpica: "Fizemos a nossa estratégia, fizemos a nossa táctica de prova, era isto que tínhamos de fazer, ir com os alemães que eram os grandes candidatos. Eles vinham ao nosso lado, eram uma boa referência. Treinámos para isso, sabíamos que os candidatos eram eles, tentámos não os deixar fugir. Possivelmente, sei lá, se a meta fosse a 998 metros teríamos a medalha de bronze. Mas foram 1000, não chegou, os outros foram mais fortes", completou.

O canoísta do Sporting garantiu que tanto ele como João Ribeiro renderam o máximo, uma vez que estavam preparados física e emocionalmente para isso.

"As pessoas que nos rodeiam estão do nosso lado, desde 2013 que estão connosco, quando esta dupla foi campeã do mundo de K2 500m. Desde que esta dupla se juntou que acreditámos sempre um no outro. O João é um bom atleta. Cada vez gosto mais de pagaiar, cada vez gosto mais desta adrenalina da competição, eu adoro treinar, adoro competir e adoro ganhar. Esta dupla tem sucesso e é continuar a trabalhar. Isto não é o fim do mundo, não acaba o mundo amanhã. Existe mais vida para lá desta regata. Esta regata já é passado", sublinhou.

 

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