Costa quer que Força Aérea volte a apagar incêndios
Falando em Monte Real, o primeiro-ministro incluiu a participação futura deste ramo das Forças Armadas naquilo a que chamou "gestão racional das nossas capacidades"
O tema foi lançado na sexta-feira pelo ministro da Defesa, Azeredo Lopes, retomado pela ministra da Administração Interna, teve direito a comunicado da Força Aérea e por fim a declarações do primeiro-ministro. Que papel poderá ter a Força Aérea no combate aos incêndios?
Por agora nenhum, esclareceram Constança Urbano de Sousa e também a Força Aérea, num comunicado enviado aos órgãos de comunicação social. Falando precisamente numa base área, a de Monte Real, local onde estão sediados vários aviões de combate aos incêndios, o primeiro-ministro António Costa confirmou: “Muitas vezes pergunta-se por que não mobiliza a Força Aérea meios para incêndios. Mas o chefe do Estado-Maior da Força Aérea explicou hoje [domingo], mais uma vez, que não o faz porque não dispõe de meios para esse combate. Por isso, é essencial usar o dispositivo que temos e recorrer ao apoio internacional sempre que necessário”.
Costa não se ficou por aqui, pondo o tema na agenda do que vier a ser discutido pós-incêndios: “Encerrada esta fase, temos de reflectir sobre uma gestão racional das nossas capacidades. E o ideal, no futuro, é um dia poder voltar a contar com a Força Aérea para fazer esse combate. O país teria muito a ganhar”.
No seu comunicado, este ramo das Forças Armadas explicou que tal já aconteceu na década de 1980 do século passado, mas que devido à “reorganização de meios de combate a incêndios, sob a tutela da Autoridade Nacional de Protecção Civil, esse sistema foi descontinuado há cerca de 20 anos e, actualmente, é inexistente”.
Nas suas intervenções, Azeredo Lopes considerou “inevitável” o regresso da Força Aérea ao combate aos incêndios, enquanto Constança Urbano de Sousa esclareceu que actualmente este ramo das Forças Armadas não possuía meios para tal.