Senado aprova julgamento para destituir Dilma

Processo avança com 59 votos a favor e 21 contra.

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A sessão do Senado durou mais de 15 horas ANDRESSA ANHOLETE/AFP

Com 59 votos a favor e 21 contra, o Senado brasileiro decidiu levar a julgamento a Presidente Dilma Rousseff, entrando-se agora na última fase do processo de destituição.

A votação dos senadores (em que era necessária uma maioria simples) decorreu após uma sessão que durou 15 horas.

No final do julgamento, se dois terços dos senadores (54 em 81) aprovarem a destituição, Dilma Rousseff será definitivamente afastada do cargo. Neste fase, Dilma está suspensa, sendo o seu lugar ocupado interinamente por Michel Temer.

Ainda não é conhecida uma data oficial para início do julgamento, mas a Globo avança que os juristas responsáveis pela acusação irão entregar o documento final ainda esta quarta-feira, prescindindo das 48 horas após a votação do Senado a que têm direito antes de emitir o documento. Assim, a decisão irá antecipar também o início do prazo da defesa para apresentar as alegações finais. Com esta redução de prazos, o advogado de Dilma e antigo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deverá entregar o documento final da defesa até esta sexta-feira, mas já sublinhou que utilizará "todo o prazo a que tem direito".

O propósito da decisão é agilizar o processo para que esta esteja concluído antes da viagem do Presidente em exercício, Michel Temer, à reunião do G20, que acontece a 4 e 5 de Setembro, em Hangzhou, China. 

Assim, a Globo mantém a previsão avançada de que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, definirá o próximo dia 29 de Agosto como data de início do julgamento, mas destaca as pressões que estão a ser feitas para antecipar esta data. Já o jornal Folha de S. Paulo adianta o calendário e escreve que poderá acontecer a partir do próximo dia 23 de Agosto, dois dias depois do encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Sanders solidário com Dilma

Quem condena o processo é Bernie Sanders, senador e antigo candidato à presidência dos EUA. O político norte-americano afirmou esta segunda-feira que está “profundamente preocupado com o esforço actual para remover a Presidente democraticamente eleita do Brasil”. Sanders aponta que “o esforço para remover a Presidente Rousseff não é um julgamento legal, mas político” e pede, por isso, a intervenção dos EUA. “Os Estados Unidos não podem sentar-se em silêncio enquanto as instituições democráticas de um dos nossos aliados mais importantes são minadas”, pode ler-se na nota partilhada esta segunda-feira.

Sanders conclui pedindo “eleições democráticas” para o que ele vê como “um golpe de Estado”. A Presidente brasileira afastada agradeceu esta terça-feira o apoio de Sanders e reiterou "a sua disposição de continuar a lutar na defesa do seu mandato, "da democracia brasileira e dos direitos individuais e colectivos do povo brasileiro".

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