Líder do Boko Haram desmente ter sido substituído por membro do Estado Islâmico

Abubakar Shekau negou, através de uma mensagem áudio, a notícia publicada na revista do Estado Islâmico a anunciar um novo líder para o grupo jihadista nigeriano.

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Abubakar Shekau garantiu numka mensagem audio que continua a ser o líder do Boko Haram AFP PHOTO/BOKO HARAM/HO

O líder da organização radical islamista Boko Haram, Abubakar Shekau, afirmou esta quinta-feira através de uma mensagem áudio que continua “sempre presente”, divulgada como desmentido das informações avançadas pelo Estado Islâmico sobre mudanças no comando do grupo militante nigeriano.

Na terça-feira, os canais oficiais do Estado islâmico dera conta da substituição do líder do Boko Haram, que há mais de um ano está a perder terreno para as forças nigerianas e dos países vizinhos e, segundo analistas, nunca esteve tão dividido como agora. Numa mensagem áudio de dez minutos, Abubakar Shekau esclareceu que continua a liderar o Boko Haram – um grupo militante islâmico que se opõe ao modo de vida e à religião do Ocidente e que em Março de 2015 jurou lealdade ao Estado Islâmico – e que “as pessoas devem saber que continuamos sempre presentes”, citou a AFP.

Abubakar Shekau admitiu que tinha sido “enganado” por alguns dos seus militantes e pelo Estado Islâmico, o que o levou a deixar de seguir “cegamente” o grupo. “Com esta mensagem, queremos dizer que não aceitamos representantes [do EI], excepto os que estão realmente dedicados à causa”, declarou.

Abu Musab al-Barnawi foi nomeado líder do Estado Islâmico na África Ocidental, uma decisão revelada através de uma entrevista de duas páginas na revista semanal da organização terrorista, al-Naba, publicada na terça-feira, de acordo com a Reuters. Abubakar Shekau não foi mencionado nessa publicação e foi visto pela última vez num vídeo divulgado em Março, no qual parecia estar doente.

Shekau – que dirige o Boko Haram desde 2009, depois da execução de Mohammed Yusuf – respondeu directamente a estas afirmações. A mensagem ainda não foi autentificada pelas autoridades, mas um jornalista da AFP identificou a voz de Shekau e segundo Yan St-Pierre, consultor da Modern Security Consulting em questões de contra-terrorismo, “a fonte de difusão é muito fiável”.

Não há nada na entrevista publicada na al-Naba que indique que Shekau morreu, sendo mais provável que tenha sido antes afastado da posição de líder, considerou Romain Caillet, investigador do Instituto Francês do Próximo-Oriente.

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