Canil de Ponta Delgada já abateu 600 animais sem potencial de adopção este ano

Veterinário municipal adianta que o número de abates diminuiu em relação ao ano passado. Já os animais adoptados aumentaram cerca de 50%.

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A Câmara de Ponta Delgada quer transformar o canil municipal num canil de "abate zero" já em 2017 Rui Gaudêncio (arquivo)

O veterinário municipal de Ponta Delgada, nos Açores, disse esta quarta-feira que entre Janeiro e Julho deste ano foram abatidos 601 animais sem potencial de adopção no canil concelhio.

"Muitos deles são animais que não são saudáveis, são animais com patologias que já foram diagnosticados por clínicas veterinárias, que são agressivos e que os donos despejam-nos no canil. São animais que não têm potencial nenhum de adopção e o que é que lhes acontece? Obviamente que são abatidos", afirmou Vergílio Oliveira.

O veterinário municipal de Ponta Delgada salientou que, apesar do número de abates registados no canil municipal de Ponta Delgada, que acolhe animais ainda dos concelhos da Povoação, Nordeste e Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, os dados revelam uma melhoria quando comparados com 2015.

Segundo o responsável, entre Janeiro e Julho de 2016, "entre entregas e abandonos, entraram menos 100 animais e foram abatidos menos 200" do que no mesmo período do ano passado.

Vergílio Oliveira adiantou que este ano, em igual período, foram doados 423 animais, mais 227 do que no ano passado.

A Câmara de Ponta Delgada quer transformar o canil municipal num canil de "abate zero" já em 2017, mas para tal Vergílio Oliveira alerta para a necessidade de haver uma maior responsabilização de quem maltrata ou abandona animais.

"É preciso responsabilizar os que abandonam e que entregam os animais nos canis, porque muitos dos autos de notícia são levantados e as coimas prescrevem. Ou seja, levantam-se muitos autos de notícia e depois as coimas não são aplicadas", afirmou.

As declarações do veterinário municipal surgem na sequência de a Câmara Municipal de Ponta Delgada ter sido alvo, nos últimos dias, de críticas nas redes sociais por parte de cidadãos e associações de defesa dos animais, alegadamente por cometer "autênticas chacinas".

A autarquia, em comunicado, nega as acusações e promete "agir judicialmente" contra "todas as pessoas individuais e/ou colectivas" que apelidaram de "assassinos" os responsáveis pelo canil municipal e que difamaram "o bom nome da autarquia".