Novo livro de Michael Crichton promete regresso aos dinossauros

Viúva encontrou Dragon Teeth entre o material deixado pelo escritor. É a terceira obra póstuma do autor de best-sellers.

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O escritor Michael Crichton deixou um grande arquivo DR

A HarperCollins comprou os direitos em inglês de um manuscrito do escritor norte-americano Michael Crichton, o autor de Parque Jurássico que morreu em 2008. O livro, que estará completo, foi encontrado pela viúva do escritor e intitula-se Dragon Teeth (Dentes de Dragão). Será publicado em vários países de língua inglesa já em Maio do próximo ano e promete um regresso de Crichton ao mundo dos dinossauros.

Esta é a terceira obra póstuma do escritor a ser publicada. Em Território Pirata foi o primeiro livro a aparecer a seguir à morte do autor, depois de um seu assistente ter descoberto um manuscrito no computador, e surgiu um ano depois da sua morte. Já Micro, publicado em 2011, foi terminado por Richard Preston.

Em Dragon Teeth, Crichton recua até ao início da dinossauromania, porque, como avança a Hollywood Reporter, foca-se na origem da caça aos fósseis destes répteis gigantes desaparecidos há 65 milhões de anos. Acompanha a rivalidade no mundo do século XIX, mais concretamente em redor dos anos de 1870, entre dois famosos paleontologistas norte-americanos, Edward Drinker Cope e Othniel Charles Marsh, durante a exploração do Oeste Americano. “Uma  época de intensa especulação fóssil”, diz o comunicado publicado no site de Michael Crichton, “uma competição inflamada” que desemboca na famosa “Guerra dos Ossos”.

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Parque Jurássico foi adaptado ao cinema por Steven Spielberg em 1993 DR

O autor criou uma personagem de ficção, o jovem William Johnson, que é discípulo, alternadamente, dos dois rivais, e veículo das descobertas mais espectaculares.

Embora o comunicado não escreva uma única vez a palavra “dinossauro”, a verdade é que “A Grande Guerra dos Ossos”, ou “A Grande Corridas dos Ossos”, famosa entre o folclore dos paleontologistas, começou com uma amizade, com os dois homens, Cope e Marsh, a trabalharem juntos na recolha de fósseis.

Mas depois de umas peripécias com escavadores desviados e desacordos em redor de um Elasmossauro, nunca mais se entenderam e a guerra começou. Passaram 20 anos com as equipas a correrem para as escavações para desenterrarem mais e mais ossos e com os dois paleontologistas a digladiarem-se através de artigos científicos.

O folclore, por vezes com alguns exageros, inclui escavações espiadas, campos dinamitados para não serem explorados, fósseis roubados, tudo num território dominado por índios hostis. A rivalidade, no entanto, produziu importantes resultados científicos: quando Marsh e Cope começaram a trabalhar só 18 espécies de dinossauros estavam descritas na América do Norte, mas, entre ambos, os dois homens publicaram mais de 130 espécies de novos répteis, entre as quais estão, por exemplo, os famoso Tricerátopo e Estegossauro. 

O legado de Crichton é gerido pela sua viúva, Sheri Crichton, que criou a CrichtonSun, sede dos Arquivos Michael Crichton. Como escreveu o New York Times no obituário do escritor - que também foi argumentista e realizador -, os seus thrillers tecnológicos como A Ameaça de Andrómeda e Parque Jurássico dominaram as listas dos best-sellers durante décadas, e foram transformados em estrondosos êxitos de Hollywood.  

“Quando descobri o manuscrito de Dragon Teeth nos ficheiros fiquei imediatamente presa. Era a voz de Michael, o seu amor pela história, investigação e ciência tecido num conto épico.” A viúva, explica o mesmo comunicado, diz que o livro tem origem na correspondência do marido como académico Edwin H. Colbert, também paleontólogo e curador no Museu Americano de História Natural.  

 

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