“Não haverá mudança imediata nos direitos” dos emigrantes portugueses, garante embaixadora do Reino Unido

Sem grandes respostas para as dúvidas dos deputados portugueses sobre os passos seguintes do processo do “Brexit”, Kirsty Hayes tentou desdramatizar problemas com a comunidade emigrante portuguesa.

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Kirsty Hayes foi ouvida no Parlamento pedro cunha/arquivo

A questão terá de funcionar num regime de reciprocidade, avisou a embaixadora do Reino Unido em Portugal. Mas para já existe a garantia de que “não haverá nenhuma mudança imediata nos direitos e estatuto dos cidadãos portugueses a viver no Reino Unido”. A embaixadora Kirsty Hayes prevê que “o mesmo se aplica aos cidadãos britânicos que vivem e trabalham em Portugal”.

Kirsty Hayes, que foi ouvida esta quarta-feira à tarde na comissão parlamentar de Assuntos Europeus a pedido do CDS-PP mas aprovado por unanimidade, pouco pôde adiantar sobre o que será a vida política, económica e diplomática do seu país nos próximos dois anos – o período previsto para o desenrolar do processo de saída do Reino Unido da União Europeia, no seguimento do resultado do referendo de finais de Junho em que a maioria dos votantes britânicos preferiu o “Brexit”.

A embaixadora admitiu que ainda nada se sabe. Kirsty Hayes falava aos deputados portugueses na sala do Senado precisamente na mesma altura em que em Londres o primeiro-ministro demissionário fazia a sua derradeira declaração à porta do icónico número 10 de Downing Street e se dirigia para o Palácio de Buckingham para formalizar o seu pedido de saída perante a rainha Isabel II.

Os deputados de todos os partidos quiseram saber qual será o modelo de relacionamento do Reino Unido com os países-membros da União Europeia durante os próximos dois anos e depois da saída, se se poderão manter algumas das liberdades como a de circulação de pessoas e bens, quando será accionado o artigo 50º (para a negociação da saída efectiva de um país da EU) e os restantes timings do processo, e que mudanças poderão daí advir para a comunidade portuguesa que vive e trabalha no Reino Unido (que contará entre 300 a 400 mil pessoas, estima a embaixadora). A maioria das bancadas também considerou que a saída do Reino Unido enfraquece a União Europeia.

Sem ter respostas concretas a estas perguntas, a diplomata prometeu que “não haverá nenhuma mudança imediata nos direitos e estatuto dos cidadãos portugueses que vivem e trabalham no Reino Unido” e espera que o mesmo se aplique aos cidadãos britânicos que vivem e trabalham em Portugal. “Durante as negociações, temos a expectativas que os direitos de todos sejam protegidos, mas precisamos de assegurar os mesmos direitos para os cidadãos britânicos” emigrados nos outros países da União Europeia.

Kirsty Hayes realçou que os emigrantes portugueses “contribuem enormemente” para o crescimento económico do Reino Unido e é objectivo do seu país “manter uma relação muito próxima e produtiva com Portugal”.

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