Barcelos, capital da taina
A absorção do Palco Taina pelo recinto do festival vai aumentar a qualidade e variedade da oferta alimentar no Milhões de Festa deste ano. Mas continua a valer a pena sair do recinto para conhecer as capelinhas gastronómicas de Barcelos. Em muitos casos, e com jeitinho, a conta nem chega aos dez euros
Escondidinho
O grande trunfo do Escondidinho é o preço: os pratos do dia andam perto dos três euros (sim, leram bem). É uma tasca com poucas mesas que serve boa comida portuguesa, honesta na confecção e no preço. Uma opção a ter muito em conta para os almoços.
Xispes
Que se dane o galo. O panadão do Xispes é o verdadeiro ex-líbris de Barcelos e o seu animal espiritual. Um panado mastodôndico — talvez literalmente — no meio de uma pequena carcaça que funciona como um guardanapo e está lá sobretudo para não sujarmos as mãos. Há poucas coisas tão bonitas na vida. É a especialidade do Xispes, um tasco de paredes riscadas e desenhadas, a par do isquifante, bebida servida numa tigela que mais parece um alguidar e cuja receita é pouco conhecida.
Bar do Xano
Apesar de estar fora do recinto, o Bar do Xano está intimamente ligado ao Milhões de Festa. Em 2011 recebeu uma palestra sobre o chungwave (saudades Foice Humana, saudades Homem Fino) inserida na programação, os empregados conhecem bem o festival, e o público é sempre recebido com um sorriso. Recomendam-se as moelas e os panados. Sem truques.
Restaurante Muralha
É normal encontrar grupos de festivaleiros na esplanada e no interior do Muralha, um restaurante típico de Barcelos que se encontra perto do recinto. As doses são avantajadas, os preços são justos e a comida é boa. O galo assado e o bacalhau da casa são duas especialidades, e a alheira é capaz de domar a ressaca mais agressiva.
La Fiamma
Pouco antes do início da edição de 2014 do Milhões de Festa soube-se que uma pizzaria de Barcelos tinha vencido o primeiro campeonato português de pizza. Exagero? Certamente, dado que se encontram pizzas melhores em Lisboa e no Porto. Absurdo? Nem por isso. O La Fiamma serve belas pizzas napolitanas, com ingredientes de qualidade, e não é muito caro.
Bagoeira
Apesar de ser o restaurante de um hotel, os comensais do Bagoeira são sobretudo autóctones e famílias minhotas que vão a Barcelos de propósito para comerem lá. Percebe-se porquê. A gastronomia da região é tratada com o respeito devido, as doses são monumentais, o atendimento é exemplar, os preços não são nada exagerados, o espaço é castiço, sem ser desleixado — antes pelo contrário. E o pão com passas e nozes, feito na hora, é uma delícia.
Casa dos Arcos
Não é propriamente um restaurante barato, e está uns bons euros acima da média das restantes propostas, mas vale a pena. O serviço, a apresentação e confecção da comida não desiludem. E o polvo no forno com batatas a murro merece todos os elogios que se lhe possam fazer.