Quatro jovens morreram afogados em dois meses de época balnear
ISN conta este ano quatro vítimas nas praias e zonas marítimas. No mesmo período do ano passado, instituto registou uma vítima nestas zonas.
Quatro jovens morreram afogados desde o início da época balnear, a 1 de Maio. Dois deles perderam a vida em praias não vigiadas, um numa praia fluvial vigiada e outro numa zona fluvial junto ao Oceanário de Lisboa. Os quatro afogamentos, que vítimaram três homens e uma mulher, foram registados nas últimas três semanas, de acordo com os números do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN).
Aumentou assim de uma para quatro o número de mortes por afogamentos nas áreas de jurisdição marítima, nos primeiros dois meses da época balnear, face ao mesmo período do ano passado. Em 2015, o ISN registou uma morte nas praias portuguesas abrangidas pela sua jurisdição e duas mortes fora da área vigiada pelo ISN.
Só esta semana, dois jovens perderam a vida no mar, no Norte do país. Na segunda-feira, uma jovem de 15 anos morreu afogada na Azurara, na parte não vigiada da praia de Vila do Conde. Na tarde do mesmo dia, um sufista de 20 anos faleceu na praia fluvial de Crestuma, em Vila Nova de Gaia. A praia é vigiada, mas o ISN explicou na altura que “o jovem desapareceu sem fazer qualquer sinal de ajuda”.
Na semana passada, um rapaz de 17 anos morreu afogado após se ter atirado ao Rio Tejo num momento de diversão com os amigos, junto ao Oceanário de Lisboa, numa zona não vigiada.
A primeira das quatro mortes registadas pelo ISN este ano ocorreu na praia dos Três Pauzinhos, em Vila Real de Santo António. A 10 de Junho, um jovem de 16 anos afogou-se na praia não vigiada.
O registo do ISN abrange apenas as praias e zonas balneares de jurisdição marítima. Fora destes números ficam os acidentes em áreas não vigiadas do interior do país. O ISN faz recorrentes apelos a que os banhistas optem por praias vigiadas.
No ano passado, no balanço final da época balnear, o ISN contabilizava a morte de sete pessoas, seis das quais em praias não vigiadas. Uma perdeu a vida numa praia fluvial com nadador-salvador. Em 2015, o Instituto Nacional de Estatística registou que o número de mortes por afogamento aumentou 62% entre 2012 e 2013.
60 campanhas de sensibilização
A época balnear começou oficialmente a 1 de Maio, mas foi um mês depois que a maioria das praias portuguesas abriram. Desde então, registaram-se 198 assistências de primeiros socorros e 134 intervenções de nadadores-salvadores em praias concessionadas. Foram ainda feitas 147 intervenções em praias onde não existe concessão durante a época balnear, mas que se encontram próximas de praias vigiadas. Foram ainda encontradas 12 crianças perdidas na praia.
De Maio a Setembro de 2015, o instituto contabilizou 563 intervenções de nadadores-salvadores em praias vigiadas e 781 em praias não concessionadas.
No terreno estão cerca de 4100 nadadores-salvadores, ao longo de cerca de 250 quilómetros de praias na costa atlântica e nas zonas fluviais. Ficam por vigiar 350 quilómetros, onde o ISN anunciou, no final de maio, que seriam estabelecidas parcerias com autoridades privadas para reforçar a vigilância em algumas áreas sem nadadores-salvadores.
Desde o início do ano, foram desenvolvidas 60 campanhas de sensibilização junto das autarquias, escolas e nas próprias praias.
Nadadores-salvadores nas piscinas
A obrigatoriedade das piscinas terem nadador-salvador foi eliminada, medida que possibilita a concentração destes profissionais nas praias. Este ano foram emitidas 2105 certificações para nadadores-salvadores, mais de 70% dos quais através de cursos de escolas reconhecidas para a certificação dos profissionais. Os restantes foram atribuídos no âmbito de exames específicos. Texto editado por Pedro Sales Dias