Uma ilustradora em piloto automático

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Rafaela nasceu no Rio de Janeiro, onde viveu sensivelmente quatro anos antes de se mudar para a Madeira, onde cresceu. Não tem vivido em modo piloto-automático — mas às vezes parece. Perante "situações quotidianas normais de espera", a ilustradora sente-se transportada para outra dimensão como se de um "escape mental" se tratasse. Se agora está pacientemente na pista de um aeroporto, na fila para entrar no avião — ou numa sala inimista a assistir a um concerto de piano — , de repente pode querer partir dezenas de pratos empilhados. Se está parada no trânsito por causa de um rebanho, pode muito bem transformar as ovelhas em pessoas, que fazem fila para dar beijinhos ao Papa. Ela pode estar em Paris numa fila a noite inteira para ver a Mona Lisa, mas a pensar que no final estão lojas, sacos de compras e saldos. Pode estar num desfile do Kanye West, mas estar mesmo "apertadinha" para ir à casa de banho. "Autopilot" está cheio de paralelismos da vida real de Rafaela Rodrigues (estudou Design na Universidade da Madeira e Ilustração na Escola Superior Artística de Guimarães), que agora apresenta a sua primeira exposição individual em Lisboa (até 13 de Julho na Ó!Galeria, na Mouraria).