Noite triste para Cameron e para a UE

Clima de tristeza domina a primeira reunião europeia depois do voto britânico.

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Cameron em conferência de impresa REUTERS/Phil Noble

David Cameron não escondeu que a sua última cimeira europeia foi dominada por um tom de tristeza e arrependimento.

Após a primeira cimeira europeia depois de o povo britânico ter votado a favor da saída da UE, o primeiro-ministro demissionário garantiu que a maioria não o pressionou a dar início ao processo de saída e que houve entre os restantes líderes uma aceitação do resultado do referendo.

“Esse não foi o ambiente da reunião,” disse o primeiro-ministro demissionário sobre a activação do artigo 50.º – aquele que prevê que um Estado-membro possa sair da União. “Não foi o que a maioria dos meus colegas disseram, mas é claro que todos querem que surja um modelo claro,” acrescentou.

Até o Reino Unido informar a UE legalmente da sua vontade em sair, as negociações na futura relação entre os dois não podem ser iniciadas. Tal só deverá acontecer depois de David Cameron ser substituído como primeiro-ministro, provavelmente em Setembro.

Para o presidente da Comissão Europeia não há, no entanto, meses para “meditar”. Jean-Claude Juncker disse em conferência de imprensa que compreende que Cameron “queira tempo para meditar porque ele defendeu a permanência.”

“O que não percebo é que aqueles que quiseram a saída não consigam dizer-nos o que querem fazer” em relação à activação do artigo 50.º.

“Houve confirmação que até o Reino Unido sair, é um membro por inteiro, contribuidor para esta organização e como tal tem direito a todos os benefícios de ser membro,” adiantou Cameron em conferência de imprensa.

O primeiro-ministro demissionário não disse, no entanto se o Reino Unido pretende, por exemplo, reter o seu direito à presidência rotativa do Conselho Europeu, marcada para o próximo ano.

Visivelmente menos feroz, Cameron disse aos jornalistas que queria ter ganho o referendo. “É uma noite triste para mim porque eu não queria estar nesta posição. Eu queria que o Reino Unido permanecesse numa ‘reformada’ União Europeia,” concluiu.

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