Praias de Torres Vedras estreiam bandeiras para daltónicos

Os homens são os mais afectados por esta mutação genética. Em média, um a cada vinte homens sofre de uma variação de daltonismo.

O mentor do projecto espera que a iniciativa de estenda nos próximos anos
Fotogaleria
O mentor do projecto espera que a iniciativa de estenda nos próximos anos DR
O mentor do projecto espera que a iniciativa de estenda nos próximos anos
Fotogaleria
O mentor do projecto espera que a iniciativa de estenda nos próximos anos DR
O mentor do projecto espera que a iniciativa de estenda nos próximos anos
Fotogaleria
O mentor do projecto espera que a iniciativa de estenda nos próximos anos DR
O mentor do projecto espera que a iniciativa de estenda nos próximos anos
Fotogaleria
O mentor do projecto espera que a iniciativa de estenda nos próximos anos DR

Pela primeira vez, os banhistas daltónicos vão poder identificar as cores das bandeiras nas praias. A estreia é mundial e acontece em 12 praias de Torres Vedras que adoptaram no último sábado o sistema internacional de identificação de cores, “ColorADD”, desenvolvido pelo designer português Miguel Neiva.

As bandeiras, para além da sua cor base, passam agora a incluir um símbolo gráfico e universal que identifica a cor representada. O sistema foi ainda aplicado nos contentores de reciclagem da praia. 

No total, estima-se que existam em todo o mundo 350 milhões de pessoas daltónicas. Destes, nove em cada dez tem dificuldades em escolher que roupa usar e cerca de 42% afirmam que não se sentem completamente integrado socialmente. Criar alternativas para que todos possam traduzir o significado das cores que não conseguem percepcionar é por isso uma questão de igualdade, defende Miguel Neiva, em conversa com o PÚBLICO.

“A iniciativa foi da própria Câmara Municipal de Torres Vedras que contactou a ColorADD”, conta. Para o mentor do projecto este é um passo estrondoso. “Trata-se de garantir a integração e acessibilidade de todos”, sublinha. “É o primeiro passo para que o código de cores se estenda a todos os areais, não só em Portugal, mas de todas as praias do mundo”, acredita o designer. Até agora o sistema já foi adoptado por mais de 60 países e em Portugal podemos encontrá-lo em áreas tão versáteis como o sector têxtil, no mapa de rede do metropolitano do Porto e no Sistema Nacional de Saúde.

O código de cores, que distingue até cores metalizadas e descreve tons escuros e tons claros é visto como “transformador da sociedade”, mas Neiva sublinha o seu “especial impacto nas gerações futuras”. Um dos exemplos que dá é da sua utilização nos exames nacionais do ensino secundário. Desde 2013, o enunciado dos exames inclui o código de identificação “ColorADD” para que os alunos possam ter as mesmas condições de interpretação de quem não tem problemas de visão e que termina com a necessidade de pedidos especiais para os alunos daltónicos.

Não conseguir identificar as cores “é uma perturbação muito grande no dia-a-dia de qualquer pessoa e leva à exclusão social de pessoas, ao bullying nas escolas e ao insucesso escolar e social”, sublinhou Catarina Marcelino, Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, durante a cerimónia de inauguração das bandeiras. Para já, o sistema foi aplicado nas praias Azul, Santa Cruz Centro, Física, Formosa, Mirante, Navio, Pisão, Santa Helena, Santa Rita-Norte, Santa Rita-Sul, Foz do Sizandro e Porto Novo.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários