O bom futebol segundo Marek Hamsik
Médio eslovaco fez um golo e uma assistência no triunfo sobre a Rússia (2-1).
É verdade que não abundava assim tanto talento entre os 22 jogadores que entraram em campo para o embate entre a Rússia e a Eslováquia, mas nem isso deve servir para menorizar a classe de Marek Hamsik. O médio do Nápoles foi decisivo no triunfo da Eslováquia (2-1) sobre a Rússia, com uma assistência e um grande golo.
Num jogo em que os adeptos russos estiveram debaixo dos holofotes (portaram-se bem, tanto quanto se sabe), quem mereceu realmente todas as atenções foi Hamsik. O médio, de 28 anos, viu o seu treinador na selecção, Jan Kozak, afirmar no final do encontro que ele merece “um clube maior” do que o Nápoles.
E não custa acreditar nisso, quando se percebe que naqueles 90 minutos em Lille foram dele os dois momentos mágicos, em parceria com Vladimir Weiss, um extremo que alinha no Qatar (Al Gharafa), treinado pelo português Pedro Caixinha.
Aos 32 minutos, e numa altura em que a Rússia começava finalmente a mostrar algum futebol, Hamsik desequilibrou o jogo a favor da Eslováquia. Um passe longo com o pé esquerdo lançou Weiss, que teve arte para deixar para trás dois defesas russos e colocar a bola na baliza de Akinfeev. Foi o primeiro golo num Europeu de um jogador a alinhar fora da Europa.
E quando ainda todos se questionavam por que razão um jogador como Weiss (que mostrou bons detalhes) está desterrado no Qatar, já Marek Hamsik voltava a mostrar é um craque de primeira linha. Canto curto apontado por Weiss e remate em arco do médio do Nápoles. Um golo candidato a figurar entre os melhores da competição e que irritou o seleccionador russo – Leonid Slutsky esteve apenas cinco minutos na conferência de imprensa e do pouco que disse destaca-se a acusação aos seus jogadores de que deveriam ter estado mais atentos no segundo golo do rival.
A ganhar por 2-0, a Eslováquia parecia tranquilamente lançada para a sua primeira vitória em Europeus de futebol, até porque, mesmo depois do intervalo, a Rússia continuava sem grande inspiração, a não ser um ou outro lance protagonizado por Shatov e Dzyuba, um avançado poderoso mas com boa técnica.
A tranquilidade eslovaca, no entanto, foi abalada a dez minutos do fim. A pressão russa resultou finalmente, com Glushakov, que tinha entrado ao intervalo, a reduzir para 2-1. O golo animou a Rússia, que ainda sonhou em empatar nos últimos minutos, tal como aconteceu com a Inglaterra. Só que desta vez a sorte não sorriu aos russos, que ainda não estão eliminados mas precisam de muito mais futebol se quiserem deixar marca no Europeu que antecede o Mundial que organizam daqui a dois anos.
A Eslováquia, por sua vez, mantém o sonho de chegar aos oitavos-de-final, embora na última jornada defrontem a Inglaterra, que hoje defronta o País de Gales. Mas quem tem Hamsik, pode sempre ter alguma esperança...