O regresso de Fight Club em novela gráfica

Tyler Durden continua vivo. É um homem casado e tem uma vida rotineira na continuação da história da autoria de Chuck Palahniuk.

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O jornalista e escritor Chuck Palahniuk retoma a personagem de Tyler Durden

Vinte anos depois do relativo sucesso que levou à adaptação do livro ao cinema, o jornalista e escritor Chuck Palahniuk (Washington, 1962) retoma a personagem de Tyler Durden e regressa com o número dois de Fight Club. Desta vez não é um romance mas uma novela gráfica em que a arte fica a cargo de Cameron Stewart (as capas são de David Mack). O lançamento oficial está marcado para o dia 28 deste mês de Junho.

Em Fight Club 2, Tyler Durden, a que Brad Pitt e Edward Norton deram corpo no filme de David Fincher de 1999, tem mais dez anos e habita o subconsciente de Sebastian, o nome usado pelo narrador do original de 1996, num intrincado jogo de espelhos — leia-se identidades. Sebastian tem uma relação estável, um filho, uma vida rotineira como empregado de uma empresa de armanento e uma tranquilidade à base de comprimidos até Durden surgir e reinstalar o caos nessa existência. O que se segue é uma história ao estilo de Palahniuk, uma incursão num ambiente marginal onde a violência joga um papel decisivo no modo como as personagens se ajustam socialmente, com uma nuvem de mistério a pairar e a minar o ambiente. A pergunta ‘quem é Tyler Durden?’ persiste, quando se pensava que a resposta tinha sido encontrada no fim do livro e do filme. É à volta dela que tudo se reestrutura agora, em formato gráfico.

Numa entrevista recente a um site norte-americano, Palahniuk conta que não tinha planos para transformar Fight Club numa sequela e que a ideia lhe surgiu após um jantar de amigos onde lhe lançaram o desafio de escrever uma novela gráfica. Aceitou. Permitia-lhe aprender a lidar com um novo meio e nesse processo a identidade de Durden interpôs-se; pareceu evidente ao autor que a personagem que criara havia tantos anos tinha todas as condições para continuar viva. Durden, sugeria Palahniuk,era um daqueles casos típicos em que uma personagem escapa ao seu criador, tornando-se maior do que ele. E, não disse Palahniuk, sobretudo por causa do filme de Finch que criou um culto, apesar de não ter sido um sucesso de bilheteira. O romance vendeu pouco mais de cinco mil exemplares mas foi suficiente para permitir ao escritor continuar a publicar livros que beliscavam a moral norte-americana. 

Em Fight Club 2 esse é mote: a crítica à sociedade capitalista através de lutas sangrentas, humor negro e personagens amarguradas, vivendo vidas duplas, ou ambivalentes. Já à venda na Amazon, não têm faltado críticas, acusando o escritor de estar a cair em estereótipos. Dia 28, com a edição de capa dura disponível, tudo ficará mais claro. Será também o dia em que, a partir de Seattle, a capital do estado onde nasceu, Palahniuk começa um digressão pelos Estados Unidos, ainda sem notícias sobre se haverá ou não sequela no cinema.   

Notícia actualizada às 17h15 para acrescentar os autores das ilustrações e das capas desta nova novela gráfica

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