A Hungria mostrou que não é o patinho feio

Os húngaros derrotaram a Áustria no primeiro jogo do Grupo F.

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A Hungria fez a festa no jogo contra a Áustria ATTILA KISBENEDEK/AFP

Para uns o jogo mais aborrecido da primeira jornada do Euro, para outros um clássico, o certo é que Áustria e Hungria se defrontaram pela 138.ª vez, apenas a segunda numa fase final de uma grande competição. Fazendo jus à história, os húngaros venceram pela 67.ª ocasião e venceram bem.

Ainda alguns espectadores, por certo, não se tinham sentado e já Alaba enviava a bola ao poste do veterano Kiraly, que , aos 40 anos, se tornou no mais velho jogador a actuar num Europeu.  Estavam decorridos 30 segundos. Mas enganou-se quem pensou que a selecção austríaca ia partir daí para uma exibição avassaladora, confirmando o favoritismo “dado” pelo 10.º lugar do ranking FIFA. Pelo contrário, nos primeiros 25 minutos foi a Hungria quem mandou no jogo. Gera, o motor, assegurava um futebol mais ligado que o austríaco.

O problema húngaro é que não traduziu o domínio em golos e a Áustria viria a equilibrar o encontro, criando a segunda grande oportunidade da partida aos 35 minutos, num remate do playmaker Junuzovic. Estava lá Kiraly, espectacular e ainda ágil, a defender com a mão esquerda.

Apesar da ameaça de Dzsudzsák, num remate cruzado a dois minutos do intervalo, a Áustria foi para o descanso não com o domínio, mas com as melhores oportunidades de golo.

À semelhança da primeira parte, os austríacos entraram com vontade no segundo tempo mas foi a Hungria a criar perigo, num “míssil” de Dzsudzsák, de muito longe, a obrigar Almer a aplicar-se. Foi uma espécie de aviso para o que se seguiria, com os húngaros a chegarem ao golo aos 62 minutos, pelo ponta-de-lança Adam Szalai, bem isolado por Kleinheisler.

Marcel Koller reagiu de imediato, trocando o gigante Janko pelo avançado mais móvel Okotie mas a expulsão do central Dragovic, aos 66 minutos, foi um duro golpe. Em superioridade numérica, a Hungria passou a ter mais espaço para jogar. A velocidade da sua linha ofensiva causava estragos na defesa austríaca. E foi neste contexto que a Hungria chegou ao segundo golo, aos 87 minutos, num típico contra-ataque rápido — Stieber, isolado, picou a bola por cima de Almer. Uma finalização de classe.

Muita festa húngara e o jogo terminava pouco depois. Surpresa só para quem não viu. A Hungria ganhou bem, apresentando mais qualidade. De um lado e de outro saem avisos para a selecção portuguesa. A Hungria não é a pêra doce que se esperava e a Áustria, perdendo o primeiro jogo, vai encarar a partida com Portugal, da segunda jornada do grupo F, como uma espécie de final.

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