De Portugal a Bissau, passando por França e Alemanha

Equipa de Fernando Santos é a que tem mais jogadores nascidos fora da Europa: cinco. Distrito do Porto é o mais representado.

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Raphael Guerreiro é um dos três elementos da selecção que nasceram em França Francisco Leong/AFP

Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Brasil, França e Alemanha. Estes são os países representados na selecção de Fernando Santos que estará no Euro 2016, naquela que será a mais internacional formação nacional de sempre a disputar uma fase final. Com cinco jogadores entre os 23 convocados, o distrito do Porto é o mais representado no plantel, mas a geografia da equipa vai de Trás-os-Montes ao Algarve, passando pela Madeira e os Açores. É a selecção com mais jogadores nascidos fora da Europa presente no torneio francês.

Depois dos atletas nascidos em Portugal, 14 no total, será a França a segunda nação com mais jogadores na selecção nacional - Anthony Lopes, Raphael Guerreiro e Adrien Silva - seguindo-se a Guiné-Bissau, com dois – Danilo Pereira e Éder. Depois, há um jogador nascido na Alemanha (Cédric Soares), um proveniente de Angola (William Carvalho), um de Cabo Verde (Nani) e outro do Brasil (Pepe).

Entre os naturais de Portugal continental e regiões autónomas da Madeira e Açores, cinco nasceram no Distrito do Porto: Ricardo Carvalho (Amarante); Bruno Alves (Massarelos); José Fonte (Penafiel), João Mário (Porto) e André Gomes (Vila Nova de Gaia). Segue-se o Distrito de Lisboa, com três elementos: Renato Sanches (Lisboa), Ricardo Quaresma (Lisboa) e Rafa Silva (Vila Franca de Xira), para além do seleccionador Fernando Santos (Lisboa).

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O Minho estará representado por Vieirinha (Guimarães); Trás- os-Montes pelo guarda-redes Eduardo (Mirandela); a região centro pelo titular das redes portuguesas Rui Patrício (Marrazes, no distrito de Leiria) e o Algarve por João Moutinho (Portimão). Das regiões autónomas, vêm Eliseu (Angra do Heroísmo, nos Açores) e Cristiano Ronaldo (Funchal, Madeira).

Esta costela mais internacional da selecção portuguesa, com nove jogadores nascidos fora do país, contrasta, por exemplo, com a França, equipa anfitriã do torneio. Se em torneios recentes, os “bleus” já espelharam uma autêntica comunidade global de futebolistas, nascidos fora de fronteiras, actualmente não é assim. Dos 23 convocados, apenas quatro não nasceram em solo gaulês: o guarda-redes Steve Mandanda, do Marselha, que é natural da República Democrática do Congo; os defesas Patrice Évra, da Juventus, que vem do Senegal, e o camaronês Samuel Umtiti, do Lyon, para além do médio ofensivo Dimitri Payet, o actual herói dos franceses, que é proveniente da ilha de Reunião, que, na realidade, é um território ultramarino francês no Oceano Índico.

Todos os restantes nasceram em França, apesar de alguns serem filhos de emigrantes e terem dupla nacionalidade, o que reflecte a multiculturalidade que tem caracterizado a selecção nas últimas décadas. Apesar de tudo, o ex-internacional francês Eric Cantona (e outros) viu aqui um motivo para, recentemente, censurar o seleccionador Didier Deschamps, a quem acusa de ter deixado de fora da convocatória jogadores por motivos raciais.

Brasil lidera extra-europeus

Entre os jogadores nascidos fora da Europa que vão participar no Euro 2016, o Brasil é o país mais representado. São cinco os futebolistas provenientes deste país, mas com dupla nacionalidade, que estarão ao serviço das equipas finalistas. Pepe será um deles e voltará a defender as cores portuguesas, mas a Itália, Polónia e Rússia contam também com jogadores “canarinhos” nas suas fileiras.

No caso dos italianos, foram dois os futebolistas deste país sul-americano a integrar a convocatória: o atacante do Inter de Milão Éder Martins e o médio do PSG Thiago Motta. O defesa do Palermo Thiago Cionek está entre os 23 convocados polacos, enquanto o guarda-redes do Lokomotiv de Moscovo Guilherme Marinato será uma das opções para a baliza da Rússia. Depois do Brasil, o ex-Zaire (actual República Democrática do Congo) e os Camarões são os países mais representados, ambos com três atletas, seguindo-se a Guiné-Bissau e Cabo Verde.

No total, serão 22 os jogadores nascidos fora da Europa, com Portugal a liderar esta contabilidade, com cinco elementos. Com menos um, seguem-se a França e a Suíça: Djorou (Costa do Marfim); Moubandje e Embolo (Camarões) e Gelson (Cabo Verde).

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