Éder, o "patinho feio" da selecção: "Desde criança que ultrapasso adversidades"

Avançado diz que não procura "calar ninguém", mas apenas faz o seu trabalho.

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Éder (à esquerda) com Adrien durante um treino da selecção Rafael Marchante/Reuters

O avançado Éder é uma espécie de "patinho feio" da selecção portuguesa, tal a quantidade de críticas que aparecem sempre que falha um golo. O jogador nascido na Guiné-Bissau foi o escolhido para falar neste sábado aos jornalistas e não se mostrou preocupado com esse estatuto, afirmando que na vida se habituou a lutar contra as adversidades.

"Trabalho da melhor forma para conseguir ultrapassar essas adversidades. Desde criança que ultrapasso adversidades e isso tem sido muito importante na minha vida. Vou continuar a trabalhar e a dar o meu melhor", afirmou Éder em conferência de imprensa, minutos antes de mais um treino de Portugal no Centro Nacional de Râguebi, em Marcoussis.

Com apenas um golo em 23 jogos pela formação das ‘quinas', o jogador de 28 anos foi chamado pelo selecionador Fernando Santos para o Campeonato da Europa, uma escolha contestada por imprensa desportiva e adeptos. Éder "respondeu" com dois golos nos três jogos de preparação para o torneio.

"Não procuro calar ninguém. O meu objectivo é apenas ajudar a seleção da melhor forma e é nisso que estou concentrado", referiu.

Éder mostrou-se confortável por ter o estatuto de suplente na selecção nacional, estando preparado para jogar apenas "um, dois ou 10 minutos" e explicou porque usa uma luva branca sempre que marca um golo.

"Tem a ver com toda a adversidade que passei na minha vida. É esse o objectivo. Dar ânimo para poder atingir os meus objectivos", contou o avançado, que cresceu numa instituição de solidariedade nos arredores de Coimbra.

Pouco utilizado no início da temporada no Swansea City, o avançado nascido na Guiné-Bissau transferiu-se na reabertura de mercado para o Lille, tendo marcado seis golos nos três meses que passou o emblema francês.

"Isso foi determinante para poder estar aqui no Europeu. Chegou a altura em Janeiro em que estudei todas as possibilidades e soluções para poder estar aqui. Achei que o Lille seria a melhor opção e tinha que arriscar", disse o antigo jogador de Sporting de Braga e Académica, que acabou mesmo por assinar um contrato de quatro temporadas com o Lille.

Éder destacou ainda a confiança que tem recebido de Fernando Santos e admitiu que nunca pensou em usar a braçadeira de ‘capitão’ da selecção nacional, algo que aconteceu no particular com a Noruega (3-0).

"Não estava a espera. Só me apercebi quando o Ricardo Carvalho e Quaresma saíram e me vieram entregar a braçadeira. Foi um orgulho enorme", explicou.

A selecção portuguesa de futebol continua hoje a preparar a estreia no Euro 2016, num treino em que Fernando Santos deverá contar com todos os jogadores.

No Centro Nacional de Râguebi, em Marcoussis, a equipa das 'quinas' tem uma sessão agendada para as 10h30 (09:30 em Lisboa), com os primeiros 15 minutos abertos à comunicação social.

Durante todo o torneio, a comitiva lusa está instalada no Centro Nacional de Râguebi, em Domaine de Bellejame, em Marcoussis, a cerca de 30 quilómetros de Paris.

Portugal estreia-se no dia 14 de Junho frente à Islândia, em Saint-Étienne, na primeira jornada do Grupo F, que inclui ainda Áustria e Hungria.