Cartas à Directora

Um recado ao PCP

Foi votada no dia 13 de Maio (logo neste dia !) a lei que permite a gestação de substituição (vulgarmente designada por barrigas de aluguer) e que foi aprovada com os votos contra do PCP do CDS e da maior parte do PSD.

O PCP votou contra por considerar que “a participação de uma terceira pessoa no processo de gestação levanta questões de grande complexidade, especialidade e sensibilidade, nomeadamente a instrumentalização do corpo humano”

Ficamos a saber que o PCP não está disponível para questões de grande complexidade, especialidade e sensibilidade, o que sinceramente nos admira porque julgávamos o PCP com capacidade técnica para discutir todo e qualquer assunto suscetível de ser discutido na Assembleia da República.

Que não tivesse capacidade técnica para discutir Mecânica Quântica é compreensível, mas não a ter para discutir estes assuntos já o não é .

Já lá vão os tempos em que o PCP acusava o PS de se “aliar objetivamente com a Direita ao votar com ela”. Agora até está objetivamente ao lado da Igreja Católica!

O PCP já se estreou nessas alianças objetivas no “chumbo” do PEC IV , voltou a fazê-lo ao recusar a condenar o Estado Angolano pelos seus atropelos aos direitos humanos e pelos vistos tomou-lhe o gosto e reincidiu agora

E pensar que já fui para eles um companheiro de caminho !

Carlos V Anjos, Lisboa

 

Doentes oncológicos...

...não fizeram quimioterapia, depois das cirurgias. Custa a crer, mas é verdade, 3 (três) doentes, do Hospital do Barreiro, não puderam fazer a quimioterapia, porque alguém, ou alguma coisa, neste hospital - fez prescrever o prazo - em que o tratamento, tem possibilidade, de evitar o aparecimento de células cancerígenas. Não é por ser doente oncológico, do "meu" IPO-Lisboa, que escrevo este texto, não é, Senhor Ministro da Saúde, Dr. Adalberto Campos Fernandes, é porque, desde que V.Exa, é responsável por esta Pasta, têm surgido muitos problemas, com doentes do SNS. Ainda recentemente, uma doente, esteve há espera por uma Consulta de Otorrinolaringologia, no Hospital São Bernardo, em Setúbal, três anos, repito, Senhor Ministro, 3 anos! Não fossem as sessões de quimioterapia, que fiz há cerca de uma década, não estava a esta hora, a escrever este texto. Doa a quem doer, Sr. Ministro, investigue, e puna, se for caso disso, quem quer que seja. 

Tomaz Albuquerque, Lisboa

 

Dois pensamentos existenciais

1 - As sociedades ditas de sucesso só o são à custa da produção desenfreada de bens, mesmo não essenciais, que não façam falta, ou até sejam letais. Veja-se, por exemplo, a indústria bélica das armas.

Portanto, produção e consumo não são meios que levem uma sociedade até ao paraíso; pelo contrário, poderão levá-la até à sua extinção, e consequente colapso do nosso habitat natural – a Terra.

2 – Todo o excesso é prejudicial. Logo, atentemos para a quantidade de pessoas que não ligam patavina ao seu semelhante, nem com ele dialogam. Contudo, é vê-las agarradas – quase reféns - ao telefone móvel, o qual é para tudo, menos para falar por necessidade, mas tão-somente para bisbilhotarem a loucura colectiva contida nas redes sociais, aonde existe ‘muita parra e pouca uva’.

José Amaral, VN Gaia

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