Farmacêutica Bayer confirma conversações com Monsanto
Empresa norte-americana de biotecnologia poderá ser a próxima aquisição da multinacional alemã.
O grupo farmacêutico e químico alemão Bayer confirmou esta quinta-feira, em comunicado, a informação difundida previamente pela multinacional norte-americana de agricultura e biotecnologia Monsanto de que as empresas encontravam-se em conversações relativas à compra pela companhia alemã.
“Representantes da Bayer reuniram-se recentemente com membros da gerência da companhia Monsanto para falar, confidencialmente, sobre uma aquisição de comum acordo”, assinala o grupo alemão no seu comunicado.
O documento recorda que a tal fusão “reforçaria a Bayer como empresa global de inovação em ciências da vida, com posições de liderança nas suas actividades principais, além de criar uma condição de cultivo integrado”.
O grupo alemão assinala ainda que o seu comunicado responde à declaração difundida pela Monsanto relativa à proposta da Bayer e que, caso seja necessário, publicará informação adicional.
Por sua vez, o grupo Monsanto, divulgou um documento no qual assegurava que tinha recebido uma oferta de aquisição por parte da Bayer, mas evitou revelar o valor da mesma, avançado tratar-se de uma “proposta não vinculante e não solicitada”.
A Bayer iniciou discussões internamente e com os seus conselheiros sobre a compra da empresa norte-americana Monsanto, que tem uma capitalização de 42.000 milhões de dólares (37,443 milhões de euros).
A multinacional Monsanto tem estado relacionada, nos últimos tempos, com notícias muito controversas, dado que vários países europeus estão contra a utilização do glifosato, substância muito utilizada nos pesticidas, designadamente do Round Up, do grupo Monsanto, e que, segundo alguns especialistas, é suspeita de ser cancerígena.
Na quarta-feira, os grupos parlamentares de PCP, CDS-PP e PSD chumbaram o projecto de lei do BE, que proibia o uso do herbicida glifosato em espaços urbanos, enquanto PS, PEV e PAN votaram favoravelmente, ao lado dos bloquistas.
Em Abril, o Parlamento Europeu defendeu a renovação da autorização para comercializar glifosato por somente sete anos, contra os 15 anos inicialmente previstos.
Várias organizações, nomeadamente ambientalistas e, em Portugal, partidos como o ecologista Os Verdes ou o Partido Pessoas Animais Natureza (PAN), além do BE, têm pedido a proibição da venda de pesticidas com glifosato.
Uma petição a decorrer em Portugal contra o uso de glifosato tem já mais de 15 mil assinaturas.