FARC e Governo colombiano chegam a acordo para desmobilizar menores

A guerrilha marxista diz que o Estado tem de ter um programa para integrar os menores na sociedade.

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A guerrilha já tinha anunciado o fim do recrutamento de menores Reuters

O Governo de Bogotá e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) chegaram a acordo para retirar de campo todos os soldados menores que a guerrilha tem nas suas fileiras.

O acordo — considerado um passo importante num processo negocial que está a ser ultimado; deveria ter sido finalizado em Março mas ficaram ainda temas para acertar — diz respeito a centenas de jovens recrutados para combater na longa guerra civil. Não se sabe ao certo quantos são.

"Um dos maiores horrores deste conflito tem sido o arrastamento de crianças e jovens para combate" disse Humberto de la Calle, que lidera a equipa de negociadores do Governo. "Por isso, este acordo é crucial para o fim desta guerra".

Segundo o programa acordado, muito em breve as duas partes vão declarar a "saída imediata" dos menores de 15 anos das bases da guerrilha marxista e criar "um plano para a saída dos restanets menores", ou seja os que têm entre 15 e 18 anos. A UNICEF, a agência das Nações Unidas para a Infância, vai dar apoio nesta operação.

Desde pelo menos 2011 que as FARC anunciaram, várias vezes, que deixariam de recrutar menores para as suas fileiras. O número dois do grupo, Ivan Marquez, disse em Fevereiro de 2015 num programa de rádio que recrutrar crianças não era política do grupo e que eram já só 13 os menores de 15 anos nas fileiras do exército marxista. Poucos meses antes, as FARC tinham anunciado que deixavam de recrutar menores de 17 anos.

Porém, nota The New York Times, um repórter deste jornal que visitou já este ano um campo das FARC viu menores recrutados "nos últimos meses". O grupo assumiu que recebeu menores que se aproximara do grupo voluntariamente.

Os analistas consideram que a reintegração das crianças soldados na sociedade civil é um teste crucial para o sucesso do processo de paz na Colômbia, devido aos receios de que sejam recrutados por grupos criminosos.

As FARC, em, comunicado, disseram que esta decisão deve ser "correspondida pelo Governo colombiano com uma verdadeira política de Estado dirigida a proteger [os menores] e garantir os seus direitos de meninos, acabando com qualquer forma de marginalização ou exclusão social de menores e jovens no território nacional".

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