O regresso à escultura nos nomeados para o Prémio Turner

Michael Dean, Anthea Hamilton, Helen Marten e Josephine Pryde são os finalistas do Prémio Turner, o mais importante galardão da arte contemporânea britânica.Todos eles utilizam múltiplos materiais no seu trabalho, com destaque para a escultura, encarada de forma não convencional.

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Anthea Hamilton Tate
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Helen Marten Tate
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Michael Dean Tate
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Josephine Pryde Tate

Quatro artistas que utilizam múltiplos materiais e suportes no seu trabalho foram nomeados para o Prémio Turner, o mais prestigiante galardão britânico da arte contemporânea, soube-se esta quinta-feira. As primeiras leituras dos especialistas indiciam estarmos perante um regresso à escultura, não no sentido clássico, mas de uma forma mais complexa e elíptica, onde se opta por subverter o mundo fisíco que nos rodeia com formas, espaços, cores e materiais manipulados.

Os finalistas do prémio, que é atribuído a artistas britânicos ou a viver no Reino Unido com menos de 50 anos e que se tenham destacado no último ano com exposições, são Michael Dean, Anthea Hamilton, Helen Marten e Josephine Pryde. O vencedor receberá cerca de 30 mil euros.

A artista Josephine Pryde, 49 anos, que explora a relação da fotografia com a arte e que utiliza muitas vezes elementos de escultura no seu trabalho, ao mesmo tempo que frequentemente explora temas sociais, é provavelmente o nome mais conhecido, tendo sido escolhida pela exposição Lapses in Thinking By The Person i Am, que esteve patente no CCA Wattis de São Francisco, e onde os visitantes eram convidados a montar um modelo comboio enquanto viam a mostra. 

Michael Dean, 38 anos, foi nomeado pelas exposições Sic Glyphs e Qualities of Violence, que estiveram patentes no Appel Arts Centre de Amesterdão. O seu trabalho nessas exposições era essencialmente escultural, abordando a manifestação física da linguagem, transformando o texto em coisa material. Na maior parte das vezes é identificado como sendo escultor embora ele prefira complexificar as classificações, assumindo-se como artista de instalações, escritor, tipógrafo ou filósofo. 

Anthea Hamilton, 37 anos, foi escolhida pela exposição Anthea Hamilton: Lichen! Libido! Chastity!, que esteve no SculptureCenter de Nova Iorque, e que combinava escultura, moda, performance e vídeo. A exposição acabou por adquirir popularidade pela abordagem surrealista e divertida da artista à cultura popular, sendo o seu trabalho mais sedutor nesse contexto uma enorme escultura hiper-realista de umas nádegas de homem, que foram profusamente fotografadas aquando da exposição.

Helen Marten, 30 anos, foi nomeada pelo projecto para a última Bienal de Veneza e pela exposição Eucalyptus, Let Us In em Nova Iorque, trabalhando com objectos encontrados que utiliza em esculturas e quadros, sendo conhecida essencialmente pelas sofisticadas colagens 3D.

Uma exposição com o trabalho dos quatro artistas será inaugurada a 27 de Setembro, na Tate Britain, mantendo-se aí até 9 de Janeiro. O vencedor será conhecido em Dezembro. O prémio, que existe desde 1984, já foi ganho por artistas como Damien Hirst, Gilbert & George ou Rachel Whiteread. O ano passado foi para o colectivo de design e arquitectura Assemble.

 

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