O Bloco de Esquerda apresentou nesta terça-feira, no encerramento das jornadas parlamentares no Teatro Garcia de Resende, em Évora, um projecto de lei que pretende proibir a aplicação de produtos contendo glifosato em zonas urbanas, de lazer e vias de comunicação. O debate potestativo sobre este tema está marcado para 18 de Maio. Apesar de não ter sido adiantado nesta terça-feira, já o debate potestativo sobre as propostas do BE em relação às off-shores deverá ser a 9 de Junho.

Numas jornadas parlamentares dedicadas à valorização do território, protecção do ambiente e combate às desigualdades, o líder parlamentar Pedro Filipe Soares criticou o uso do glifosato, o “herbicida mais vendido no país”, “reconhecido pela Organização Mundial de Saúde como tendo risco para a saúde pública”.

O projecto de lei prevê ainda que o Governo faça um estudo no prazo de um ano para avaliar os efeitos do herbicida na saúde humana. “Sabemos que qualquer uma pessoa deste país está num perigo imenso”, disse, acrescentando que, por isso, é preciso “bater o pé”.

Para o BE só há uma conclusão a tirar: “Devemos defender as pessoas deste herbicida, a saúde pública”, disse, acrescentando que as pessoas têm o direito de “estar em espaços em que não sejam envenenados com este herbicida”.

Pedro Filipe Soares contou ainda que perguntou às autarquias do país se usavam o herbicida e em que quantidades. Das câmaras que responderam, um terço reconheceu que usava. “No caso de Évora, que era uma das que mais utilizavam, admitiram na resposta ao BE que o deixaram de fazer”, acrescentou.

O Bloco de Esquerda já tinha apresentado em Abril um projecto de resolução que recomendava ao Governo banir o glifosado no país e na União Europeia. Mas foi chumbado, com os votos contra da direita, a abstenção dos socialistas e dos comunistas.

Nesta tarde, o líder parlamentar voltou a corroborar ideias já deixadas pela porta-voz Catarina Martins, no jantar da noite anterior. Elencou as várias conquistas da geringonça – palavra que já entrou no vocabulário dos bloquistas –, conquistas que cumprem promessas feitas pelo partido e que “rompem com o empobrecimento” do país. “Cumprimos com a nossa palavra”, garantiu Pedro Filipe Soares, deixando no seu discurso a expectativa de que, depois deste meio ano, os próximos seis meses “sejam de mais conquistas”.