Leão de Ouro da Bienal de Veneza para o arquitecto Paulo Mendes da Rocha
Arquitecto brasileiro é autor, entre muitos outros projectos, do novo Museu dos Coches, em Belém.
O arquitecto brasileiro Paulo Mendes da Rocha receberá este mês o Leão de Ouro de carreira na Bienal de Arquitetura de Veneza, em Itália, revelou a organização esta sexta-feira.
Paulo Mendes da Rocha, 87 anos, receberá o prémio por ser autor de uma arquitectura que é "intemporal", com projectos que, muitas décadas depois de terem sido construídos, "resistiram à passagem do tempo, tanto no plano material como estilístico", afirma a direcção da bienal.
"Ele é um desafiador inconformado e, ao mesmo tempo, um realista apaixonado. As áreas de interesse dele ultrapassam a arquitetura, no campo político, social, geográfico, histórico e técnico", lê-se no comunicado.
Paulo Mendes da Rocha, Prémio Pritzker em 2006, autor do projecto do novo Museu Nacional dos Coches (Lisboa), receberá o Leão de Ouro de Carreira no dia 28, na abertura da 15.ª Bienal Internacional de Arquitectura de Veneza.
Nascido em 1928, em Vitória, Paulo Mendes da Rocha formou-se em arquitectura em São Paulo, cidade onde assinou alguns projectos arquitectónicos, nomeadamente o Museu Brasileiro da Escultura, o Clube Atlético Paulistano e a reformulação da Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Assinou ainda o projecto do Museu da Língua Portuguesa, recentemente destruído num incêndio.
Em 2000 representou o Brasil na Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza e recebeu já vários títulos Honoris Causa no Uruguai, Brasil, Argentina e em 2015 na Universidade de Lisboa.
A Bienal de Arquitectura de Veneza decorrerá de 28 de Maio a 27 de Novembro com o tema Reporting from the front e curadoria do chileno Alejandro Aravena.
O arquitecto Álvaro Siza Vieira - que recebeu o Leão de Ouro de Veneza em 2012 - vai representar Portugal na bienal, numa escolha comissariada pelos arquitectos Nuno Grande e Roberto Cremascoli. Em Veneza estará exposto o projecto de loteamento de habitação social que Siza Vieira desenhou há mais de 30 anos, e cuja construcção ficou incompleta.