Lisboa quer instalar empresas de "todo o mundo" no Beato

Fernando Medina diz que "não será um espaço gerido por uma incubadora", mas que "terá mais do que uma incubadora no mesmo espaço"

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Polo tecnológico vai nascer em Xabregas, freguesia do Beato Nuno Morão/Flickr

A Câmara de Lisboa está a estudar, juntamente com incubadoras de empresas europeias e norte-americanas, a melhor forma de fixar, nos próximos três anos, empresas "de todo o mundo" num antigo edifício do Exército, no Beato. "Estamos neste momento a trabalhar com algumas das maiores e melhores incubadoras da Europa e também dos Estados Unidos para aprendermos com eles sobre qual a melhor forma de desenvolvermos um bom projecto", disse o presidente da Câmara Municipal, Fernando Medina.

O autarca acrescentou que o polo tecnológico que vai nascer em Xabregas, freguesia do Beato, "não é um projecto que se desenvolva muito rapidamente", antes "vai ter um desenvolvimento progressivo, com a chegada de incubadoras e de empresas". "É um espaço que estimo que o seu processo fundamental de desenvolvimento tenha lugar nos próximos três anos, precisamente o tempo da duração da Web Summit", adiantou, referindo-se ao evento de tecnologia que se realiza pela primeira vez na cidade em Novembro, tendo previstas outras edições em 2017 e 2018.

Questionado pela Lusa se é possível que no próximo ano já esteja lá instalada a primeira empresa, o responsável indicou que "sim, é possível", mas vincou que a autarquia ali pretende colocar "as pessoas certas". Em meados de Abril, o autarca anunciou, numa sessão da Assembleia Municipal, a passagem para a câmara, por 50 anos, da gestão do edifício da Manutenção Militar, uma antiga fábrica do Exército localizada junto ao rio, que tem uma superfície de pavimento de mais de 30 mil metros quadrados.

Esta aquisição custou à autarquia 7,1 milhões de euros. "A nossa preocupação foi conseguirmos fechar a negociação com o Estado a tempo de podermos aproveitar a dinâmica associada à Web Summit", admitiu Fernando Medina. O responsável especificou que este "não será um espaço gerido por uma incubadora", mas que "terá mais do que uma incubadora no mesmo espaço".

O objectivo é torná-lo "dos espaços mais fascinantes e de maior dimensão [da cidade], onde se concentrarão empresas, empreendedores, incubadoras de todo o mundo, de todos os tipos e de diferentes filosofias", adiantou. Ao mesmo tempo, pretende-se que seja "um grande polo de desenvolvimento de toda a zona oriental da cidade" e que contribua "para que Lisboa dê um salto ainda maior como cidade de referência e âncora no empreendedorismo à escala internacional", reforçou Fernando Medina.

Também presente na ocasião, o primeiro vice-presidente do Comité das Regiões Europeu, Karl-Heinz Lambertz, afirmou aos jornalistas que a entidade está "muito otimista" sobre o futuro da cidade, em termos de inovação. "Tenho a certeza de que Lisboa vai ser um dos locais mais fortes da Europa, onde os empreendedores podem ficar e fazer bons negócios", afirmou. Durante o ano de 2015, Lisboa teve a distinção de Capital Europeia do Empreendedorismo.