Ministro da Defesa considera resolvida a polémica em torno do Colégio Militar
O caso levou à demissão do ex-chefe do Estado-Maior do Exército.
O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, afirmou nesta sexta-feira, a propósito do caso do Colégio Militar, que "felizmente em Portugal existe liberdade de opinião", que essas opiniões "responsabilizam quem as profere", considerando o assunto resolvido.
"Não gostaria que o caso Colégio Militar se tornasse protagonista de um episódio evidentemente desagradável, mas que já foi ultrapassado", disse José Azeredo Lopes, no Porto.
O caso, que levou à demissão do ex-chefe do Estado-Maior do Exército, Carlos Jerónimo, surgiu na sequência de uma polémica com o ministro da Defesa devido a declarações do subdirector do Colégio Militar ao jornal online Observador sobre a forma como a instituição gere situações de exclusão entre alunos por razões de orientação sexual.
Questionado pelos jornalistas se, na sequência deste episódio, os ânimos já estariam serenos nas Forças Armadas, o ministro respondeu: "Eu nunca notei que não estivessem serenos".
À entrada de uma conferência sobre Um conceito Estratégico de Defesa Europeu: qual a resposta para os desafios à nossa segurança, na Universidade Católica do Porto, o ministro atribuiu as reacções e a insatisfação manifestadas com o pedido de demissão do anterior chefe de Estado-Maior do Exército a "ex-qualquer coisa e não a pessoas que estejam actualmente no Exército, embora se possa dizer que uma vez no Exército sempre no Exército".
"Eu não consigo extrair daí qualquer movimento de qualquer natureza, como é óbvio, dentro das Forças Armadas", frisou.
Referiu o facto de Portugal ter, "desde há mais ou menos uma semana", um novo chefe de Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, que considera ser "uma pessoa notável" e que será "com certeza um fantástico chefe de Estado-Maior do Exército".
"É isso que se pretende. É isso que pretende qualquer cidadão e é isso que pode pretender o ministro da Defesa", acrescentou Azeredo Lopes.
A demissão de Carlos Jerónimo suscitou reacções públicas de solidariedade perante o general e de condenação da atitude do ministro, por parte de vários oficiais na reserva, e por parte da Associação de Oficiais das Forças Armadas.