Marcelo, o Presidente próximo, troca beijinhos e selfies por esperança

No primeiro dia do programa Portugal Próximo, o povo saiu à rua para ver o chefe de Estado passar. Este aproveitou e pediu ousadia para aproveitar os fundos do Portugal 2020.

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Estudantes de Portalegre fizeram recepção calorosa a Marcelo Enric Vives-Rubio
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Marcelo em Fronteira Enric Vives-Rubio
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Em Fronteira Enric Vives-Rubio
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Em Fronteira Enric Vives-Rubio
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Em Fronteira Enric Vives-Rubio
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Em Fronteira Enric Vives-Rubio
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Em Portalegre Enric Vives-Rubio
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Em Portalegre Enric Vives-Rubio
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Em Portalegre Enric Vives-Rubio
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Em Portalegre Enric Vives-Rubio
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Em Fronteira Enric Vives-Rubio
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Em Portalegre Enric Vives-Rubio
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Em Portalegre Enric Vives-Rubio
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Com o ministro da Economia Enric Vives-Rubio
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O ministro da Economia Enric Vives-Rubio
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Em Portalegre Enric Vives-Rubio
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Em Portalegre Enric Vives-Rubio
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Em Portalegre Enric Vives-Rubio
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Em Portalegre Enric Vives-Rubio
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Em Cabeço de Vide Enric Vives-Rubio

O Alto Alentejo saiu à rua para ver de perto Marcelo, o Presidente próximo. E beijá-lo, fotografar-se com ele, pedir-lhe autógrafos, que ele nunca regateou. No primeiro dia da sua incursão pelo país profundo, centenas de pessoas vieram vê-lo. Trouxeram emoção, em troca ele pediu esperança. E ousadia para aproveitarem os fundos do Portugal 2020.

Em Fronteira, o primeiro ponto do programa deste Portugal Próximo, várias dezenas de pessoas esperam o “Presidente Professor” – uma multidão para uma vila de 3400 habitantes. São na sua maioria idosos e crianças, vindas das escolas do único concelho de maioria PSD dos nove que Marcelo visita estes três dias. E é uma festa.

“Tira-me uma selfie”, grita um miúdo para outro, quando tem o Presidente a seu lado. “Ele deu-me um beijinho”, diz uma velhota a outra, flagrantemente feliz. Há dezenas de câmaras, telemóveis e tablets apontados quando Marcelo sobe ao pelourinho para, com o autarca Rogério Silva a seu lado, fazerem os discursos da praxe.

“É por Fronteira que eu começo a primeira grande deslocação para cumprir o compromisso que assumi na campanha eleitoral: estar próximo das pessoas, ouvir os problemas, os dramas, as desilusões das pessoas”, começa o Presidente, a dizer ao que vem. “É pelo interior que entendo que se deve começar, porque nós somos um só Portugal, não pode haver diferenças entre pessoas por estarem mais perto ou mais longe do litoral”.

Mais tarde, já em Portalegre, haveria de dizer que, dentro de um mês, estará no interior transmontano e, depois das férias de Verão, no interior raiano. Para já, está aqui em Fronteira onde, entre 1960 e 2011, praticamente metade da população partiu, lembra: “Só entre 2001 e 2011 foram 10%. Foi preciso partir à procura de emprego, ou em Portugal ou fora de Portugal”.

Ficaram os “menos jovens, com mais de 60 anos”. Mas à sua frente tem dezenas de crianças a quem diz: “Vocês são o futuro”. Marcelo puxa pelos aspectos positivos. “Temos de fazer um esforço todos em conjunto, pegando naquilo que há, e há tanta coisa, ligada à agricultura e à pecuária. Podemos ir mais longe no turismo todo o ano, no turismo de cultura, de gastronomia, de história”.

Pede ousadia. “É preciso ir mais longe. Nós temos uma oportunidade: o Portugal 2020, os fundos europeus que, em conjunto com o contributo nacional, servem para criar mais riqueza. Temos de aproveitar esta oportunidade, porque ninguém garante que seja possível voltar a ter fundos como estes”.

Pede esperança. “Temos de acreditar em nós próprios. Nós temos um grande país, fomos um grande país ao longo da história”. Promete proximidade: “Estou aqui. No interior: começo por aqui. Para termos uma oportunidade para ir mais longe e criar maior igualdade entre os portugueses. Mas com esperança”.

No final agradece e chama os miúdos para uma fotografia. Tirou centenas ao longo do dia. Não recusou um só beijo, uma selfie, um abraço. Nem ali, nem em Cabeço de Vide, onde inaugurou o lar de idosos Nossa Senhora das Candeias. Nem em Portalegre, onde os estudantes do Instituto Politécnico estenderam as suas capas num longo corredor para o Presidente passar. “Posso pôr no Facebook?”, perguntou uma aluna. “Claro, eu não tenho”, respondeu. Pelo meio, ouviu poemas, recebeu presentes, distribuiu simpatias.

Pelo meio, ouviu poemas, recebeu presentes, distribuiu simpatias. Confessou que não estava à espera de ter tanta gente na rua à sua espera. Em Cabeço de Vide, uma aldeia branca acavalitada no cimo de um monte, nem a chuva dispersou a pequena mole humana que o esperava. “É a primeira vez que o vejo ao vivo”, diz uma senhora de meia idade, emocionada. Um miúdo abana o braço do colega com toda a força, fazendo-o abanar todo, repetindo o “passou-bem” vigoroso que o Presidente lhe tinha dado.

Em Portalegre, a Praça da República encheu-se de gente para o verem passar entre a tuna e os estudantes. Precisou de 45 minutos para atravessar os 300 metros até ao Arco do Castelo e continuou a pé até à catedral seiscentista, onde visitou o tesouro guardado na sacristia, nunca exibido publicamente.

Questionado pelos jornalistas sobre se não teme o desgaste devido à exposição excessiva, justificou-se com o início do mandato. “Aquilo que pode parecer uma concentração de compromissos resulta de ser o começo do mandato. Há os compromissos com as Forças Armadas, os compromissos da política externa e a proximidade que eu prometi aos portugueses.” Disso não abdica. “A prova de que é importante estar aqui é também estar próximo dos problemas.”

Mas o dia não foi de problemas, antes de festa. Acabou a jantar com os alunos da Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre, que lhe prepararam o manjar: creme de coentros, bochecha de vitela, carne alentejana com migas de espargos, tudo acompanhado de três tipos de pão: alentejano, de castanha e de bolota. Um doce típico do Crato, tecolameco, para sobremesa. E vinho de uma herdade próxima, propriedade de Cândido Ferreira, adversário de Marcelo nas presidenciais.

 

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