Pelo menos 44 civis morrem em ataques aéreos a dois mercados na Síria

Os mercados foram atacados pelas forças leais a Bashar al-Assad na província de Idlib, controlada há mais de um ano pela Frente al Nusra, denuncia ONG.

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O ataque ao mercado de Maaret al-Noomane fez pelo menos 37 mortos AMMAR ABDULLAH/Reuters

Pelo menos 44 civis foram mortos esta terça-feira em ataques aéreos levados a cabo pelo exército sírio em dois mercados na província de Idlib (noroeste), controlada pela Frente al Nusra, o braço armado da Al-Qaeda na Síria, segundo um novo balanço do Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Evocando um “massacre”, o Observatório informou que pelo menos 37 civis morreram nos ataques a um mercado de vegetais em Maaret al-Noomane, e pelo menos sete civis foram mortos noutro ataque a um mercado de peixe em Kafranbel.

Na mesma província, três crianças foram mortas por bombas lançadas por rebeldes islâmicos na aldeia xiita de Kefraya, uma das últimas cidades que está nas mãos do regime de Bashar al-Assad.

A província de Idlib é dominada desde Março de 2015 pela Frente al Nusra – ramo sírio da Al-Qaeda – que, tal como os jihadistas do autodesignado Estado Islâmico, está excluída do cessar-fogo estabelecido entre regime e os rebeldes, que entrou em vigor a 27 de Fevereiro e está cada vez mais em risco.

Os ataques a estes mercados, os mais sangrentos desde o início do cessar-fogo, surgiram depois do anúncio da oposição no exilio de suspender a sua participação nas conversações de paz em Genebra. Acusam o regime de beneficiar das negociações para continuar a “bombardear e a matar à fome civis” na Síria, devastada por uma guerra que já dura há mais de cinco anos.

Noutros pontos do país, também se registaram confrontos. Na província de Damasco, pelo menos sete civis foram mortos e dez ficaram feridos na localidade de Bala, no Ghouta oriental, um reduto dos rebeldes situado perto da capital, de acordo com o OSDH.

Na província de Latakia, os confrontos entre as forças leais a Assad e os rebeldes continuam, depois de dez grupos islâmicos terem lançado uma ofensiva coordenada contra as tropas do regime em resposta às “violações” do cessar-fogo.

 

 

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