De partida para a Escócia, onde ia cantar Festa da Vida no festival da Eurovisão, Carlos Mendes levava na sua comitiva Adriano Correia de Oliveira, que lhe fora apresentado por José Niza e de quem se tornara, entretanto, amigo. E ocorre este episódio, que ele aqui conta (segundo nos diz) pela primeira vez. “O avião pára na pista para a PIDE prender o Adriano, e eu tenho uma atitude perfeitamente impensável: ‘O Adriano vai preso e eu não vou cantar!’ Ora em 1972 não ir cantar à Eurovisão era uma bronca de todo o tamanho. Saltaram-me logo em cima (o Dinis de Abreu, o Carlos Cruz, a malta dos jornais) a dizer ‘Não faças isso!’ Vou direito à porta do avião, ainda com eles a agarrarem-me, e lembro-me perfeitamente de ver lá em baixo, nas escadas do avião, o Adriano. Que me diz: ‘É pá, eu chego lá primeiro que tu. Eles fazem-me isto sempre.’ E o que é facto é que, quando chego a Londres, depois de um enorme atraso na partida, estava lá o Adriano. Interrogaram-no e mandaram-no embora.” Em Edimburgo, no dia 25 de Março de 1972, Festa da Vida fica em sétimo lugar (a melhor prestação de Portugal até essa data), entre canções de 18 países. Teve 90 votos.
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