Novo sismo no Japão faz dezenas de mortos
Há pelo menos 41 mortos confirmados na crise sísmica que dura desde quinta-feira. Este é o segundo terramoto com magnitude acima de 7 na escala de Richter em dois dias.
Há uma corrida contra o tempo para tentar salvar pessoas soterradas pelos destroços do terramato de magnitude 7,3 na escala de Richter que abalou na madrugada deste sábado a ilha de Kyusho, no Sul do Japão. Ocorreu poucas horas de um outro com magnitude de 7,1 na mesma região, e na sequência de uma crise sísmica com mais de 230 sismos fortes desde quinta-feira, o que faz com que as consequências se vão avolumando.
Os números provisórios das autoridades indicam 41 mortos, no total causados pels vários sismos ocorridos desde quinta-feira, e mais de 1500 feridos, dos quais 190 em estado grave. Para complicar as operações de salvamento, prevê-se chuva e vento fortes, que pode ainda causar deslizamentos de terras, e temperatura à volta de 13 graus. Julga-se que pelo menos 97 pessoas estarão presas sob destroços, diz a Associated Press.
"Os números de vítimas vão aumentar", disse neste sábado o porta voz oficial do Governo japonês, Yoshihide Suga. Neste momento, 90 mil pessoas abandonaram as suas casas na prefeitura de Kumamoto, a região afectada. O Governo mobilizou para a região 25 mil membros das forças militarizadas, para ajudar nas operações de resgate e salvamento.
Há estradas e casas destruídas, incêndios, edifícios danificados e grandes deslizamentos de terra. Estima-se que 130 mil habitações estão sem electricidade nem gás, e 400 mil sem abastecimento de águ, diz a AFP.
O primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, declarou que as atenções estão concentradas no auxílio rápido, “Nada é mais importante do que a vida humana e estamos numa corrida contra o tempo”, disse o governante, após uma reunião de emergência com membros do seu executivo.
“Senti primeiro um forte abanão e depois fui atirado para um lado e para o outro, como se estivesse dentro de uma máquina de lavar”, relatou um estudante da Universidade de Tokai, na província de Kumamoto, citado pela Reuters. Segundo a mesma fonte, há aldeias inteiras que ficaram isoladas. “As luzes apagaram-se e o barulho era grande. Há fugas de gás e apesar de não haver para já registo de incêndios, o risco existe e é uma grande preocupação de toda a gente”, descreveu o mesmo estudante, que se encontra abrigado num pavilhão universitário, com cerca de 1000 pessoas, entre estudantes e residentes locais.
O epicentro do sismo situou-se perto da cidade de Kumamoto, capital da prefeitura do mesmo nome, e o hipocentro a cerca de dez quilómetros de profundidade. Imagens de televisão mostram alguns focos de incêndio, pontes, ruas e casas destruídas. O castelo local, com 400 anos, ficou “seriamente danificado”, descreve a Reuters.
Desde o primeiro sismo, na quinta-feira, foram já sentidos 320 abalos, 14 dos quais de grande magnitude, segundo a Agência Meteorológica Japonesa.
A Autoridade de Regulação Nuclear tem dito que não se registaram danos nas três centrais nucleares mais próximas da região afectada. Duas delas estão desactivadas e uma, a de Sendai, é a única que actualmente está a funcionar no Japão - todas foram obrigadas a parar após o forte sismo e tsunami que esteve na origem do acidente na central nuclear de Fukushima, no Nordeste do Japão.