Portway despede 256 trabalhadores para poupar 7,3 milhões de euros

Despedimento colectivo vai afectar maioritariamente escala do Porto. Funcionários já começaram a ser notificados.

Foto
Primeiras saídas vão ocorrer em Julho PÚBLICO/Arquivo

A operadora de handling portuguesa Portway começou esta semana a avisar os trabalhadores abrangidos pelo despedimento colectivo que resulta da perda do cliente Ryanair, que representava um terço das receitas da empresa. Foram 256 as pessoas que receberam notificações ao longo de terça-feira, tendo sido ainda divulgada informação complementar em que a administração explica que a medida irá permitir uma poupança de quase 7,3 milhões de euros em 2017.

Dos funcionários abrangidos, a maioria (121) está na escala do Porto. Em Lisboa serão afectadas 80 pessoas e, em Faro, 54. Também haverá um trabalhador da sede afectado pelo despedimento. Contactada pelo PÚBLICO, a Portway explicou que as saídas ainda demorarão a concretizar-se. As primeiras, envolvendo 44 trabalhadores do Porto, acontecerão a 15 de Julho e as restantes 212 pessoas só cessarão contrato a 31 de Outubro.

Na sequência da decisão, quatro dos sindicatos que representam funcionários da operadora de handling decidiram unir forças e já pediram um conjunto de audiências, nomeadamente à Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), à Assembleia da República, ao Ministério do Planeamento e Infra-estruturas, que tutela o sector, e à administração da ANA (gestora aeroportuária detida pelo grupo francês Vinci e que é dona da Portway). Já receberam resposta positiva do regulador da aviação, tendo o presidente da ANAC agendado o encontro para 11 de Abril.

Os sindicatos, que agendaram já uma greve para dia 18, criticam os critérios da empresa neste despedimento colectivo, acusando a operadora de handling de abranger casais, grávidas e trabalhadores mais experientes no grupo que será dispensado. Em reacção, a Portway referiu que “os critérios definidos aplicam-se uniformemente por todo o universo de 2165 trabalhadores da empresa”. Já sobre a compensação oferecida, explicou que está a aplicar “a legislação em vigor”, embora tenha procurado “construir, para o processo de negociação, um conjunto de alternativas que maximizem o valor para os trabalhadores”.

A perda da Ryanair, o principal cliente da Portway, verificou-se após meses de negociações para rever os preços cobrados pela operadora de handling, que a companhia low cost queria ver reduzidos. Na ausência de acordo, a transportadora decidiu fazer ela própria a sua assistência em terra, embora já tenha admitido o recurso a terceiros (a Ground Link). 

Sugerir correcção
Comentar