Sondagem diz que 70% dos cidadãos querem fechar a dark net
Rede é muito associada a crimes e não aos usos positivos,
Sete em cada dez utilizadores de Internet em 24 países acham que a “dark net”, uma parte separada da rede que a que só se pode aceder com programas específicos ou autorização, devia ser encerrada.
Esta parte da Internet pode ser usada para escapar à censura de Estados totalitários, através de redes protectoras da privacidade, como a Tor, para partilhar ficheiros com uma ligação peer to peer. Esta potencialidades permitem fazer denúncias sobre empresas ou governos corruptos, por exemplo, mas são também susceptíveis de abuso por criminosos, como pedófilos que trocam fotografias de crianças, ou traficantes que usam estas redes para vender droga. Os casos em que as redes da “deep web”, como é chamada, têm sido usadas para fins criminais têm surgido frequentemente nas notícias.
Não é por isso surpreendente a opinião negativa das 24.143 pessoas consultadas pela empresa de sondagens Ipsos em 25 países e territórios (Alemanha, África do Sul, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Egipto, Estados Unidos, França, Hong Kong, Índia, Indonesia, Itália, Japão, México, Nigéria, Paquistão, Polónia, Quénia, Reino Unido, Suécia, Tunísia e Turquia) para a Comissão Global de Governação da Internet, um think tank canadiano criado pelo fundador da Blackberry e pela Chattam House.
“Para o cidadão médio, a percepção básica é que a ‘dark web' não é uma tecnologia útil, na verdade é vista como prejudicial. Há uma reacção automática: ouve-se falar sobre crime, e sobre esta estar a ser usada para cometer crimes, e pensa-se ‘vamos acabar com ela’”, comentou à revista Wired Eric Jardine, membro do think tank que encomendou a sondagem.
Cerca de 70% dos cidadãos inquiridos acham que as forças da ordem devem poder aceder às comunicações na Internet de toda da gente por “motivos válidos de segurança nacional” e se alguém for suspeito de um crime. Mas ao mesmo tempo, as pessoas sentem-se vigiadas. Menos de metade (46%) confia em que as suas actividades online não sejam alvo de censura. E ainda menos, 38%, acredita que o que faz na Internet não seja monitorizado por alguém.