Tudo começou quando Gonçalo Tocha descobriu a canção "Pássaro Doido" e deu de caras com uma outra faceta de Dina. Acabaria por fazer uma versão da música com o seu duo Tochapestana, levando para estúdio a própria cantora, afastada dos palcos por causa de uma fibrose pulmonar. Daí começou uma relação que culmina agora no concerto de homenagem "Dinamite", o nome do primeiro álbum da compositora, lançado em 1982. Um "disco que ficou por ouvir", como escreve Gonçalo Frota no PÚBLICO. E que deve ser ouvido.
Com este mote, mais de uma dezena de músicos portugueses participam terça e quinta-feira, respectivamente no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, e no Teatro Municipal Rivoli, no Porto, num espectáculo que assinala o final da carreira da cantora.
Ana Bacalhau, Da Chick, Mitó Mendes, Samuel Úria, Márcia, B Fachada, D'Alva, Catarina Salinas e os próprios Tochapestana juntam-se assim para revisitar na íntegra o álbum de estreia de Dina e também interpretar outras canções mais recentes do repertório da cantora. A acompanhá-los estarão em palco Manuel Dordio (guitarra), João Pinheiro (bateria) e David Santos (baixo). A direcção musical é de Gonçalo Tocha.
Com estes espectáculos, Dina — nome artístico de Ondina Veloso, que completa 60 anos em Junho — dá por terminada a carreira na música, por causa de uma fibrose pulmonar, diagnosticada quase há uma década. "Guardado em Mim", "Pássaro Doido", "Há Sempre Música Entre Nós", "Em Segredo", "Gosto do teu Gosto", "Pérola, Rosa, Verde, Limão, Marfim", "Amor de Água Fresca" e "Aguarela de Junho" são alguns dos êxitos da cantora, que soma 35 anos de carreira.