Aproveitando a maré de encontros históricos a decorrer em Havana, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, reuniu-se com as equipas de negociadores do Governo da Colômbia e dos rebeldes marxistas das FARC, que há mais de três anos discutem em Cuba as condições para a assinatura de um acordo de paz para pôr termo à última guerra civil da América Latina. O desfecho do processo, sublinhou o chefe da diplomacia americana, teria uma “transcendência histórica” tão importante como a normalização das relações entre os EUA e Cuba. “Resolvam as vossas diferenças e assinem o acordo”, exortou Kerry.

Segundo o calendário negocial estabelecido entre as partes, as conversações deveriam terminar esta quarta-feira. John Kerry perdeu a oportunidade de testemunhar “in loco” um novo sucesso diplomático de impacto regional, mas mesmo assim, demonstrou mais uma vez a abertura da Administração norte-americana ao diálogo sem pré-condições, ao aceitar conversar directamente com os guerrilheiros das FARC, que estão incluídas na lista de organizações terroristas dos EUA.

Os negociadores de ambos os lados do conflito justificaram o atraso no calendário e negaram que havia uma crise ou um impasse no processo. “Só restam algumas arestas por limar. Numa data muito próxima, daremos a boa notícia ao país e ao mundo de que a paz voltará à Colômbia”, prometeu a delegação rebelde, em comunicado.