Marcelo fez convite a Francisco e diz serem desproporcionadas as comparações com o Papa
No primeiro ponto oficial da estreia do Presidente em visitas ao estrangeiro, houve um encontro com mais de 30 membros do clero português com cargos no Vaticano.
Na imponente Sala dos Mapas do palacete da residência da embaixada portuguesa junto da Santa Sé, Marcelo Rebelo de Sousa cumprimenta um a um os cardeais, padres, diáconos e freiras que desempenham funções no Estado do Vaticano. A sala cheira a lareira acesa. O Presidente está sorridente, ao lado de José Luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidades.
Marcelo voltou a justificar a escolha do Vaticano para a sua primeira cisita oficial como Chefe de Estado. E foi cauteloso, e rigoroso, nos termos: "A primeira entidade a reconhecer Portugal, em 1179, foi, na altura, o papado." Marcelo quer, com esta visita, mostrar "agradecimento por esse gesto fundamental para a independência" de Portugal.
Vai fazê-lo num encontro, esta quinta-feira de manhã, com Francisco, o Papa que também foge aos rigores do protocolo e privilegia os afectos. Há alguma coisa em comum entre estes dois líderes que tentam reconquistar o prestígio da sua função e a proximidade das suas audiências? Marcelo garante: "Pareceria desproporcionado estar a comparar-me com o Papa".
Marcelo acresentou, no entanto, vários elogios a Francisco, o Papa que resgatou o espírito do Concílio Vatiano II, que "marcou" a juventude do Presidente português. E, por essa via, realçou o "ecumenismo" e a "sensibilidade ao novo mundo". E elogiou o "rito que aproxima as pessoas" e a preocupação com temas socias, como "a globalização", o "apelo à paz e à justiça", a atenção "às periferias", ou seja, "os fracos e oprimidos".
Marcelo tem uma missão, neste encontro com Francisco: "Trago comigo uma carta formal da República Portuguesa a convidar Sua Santidade a visitar Portugal a propósito do centenário das aparições de Fátima."
Sobre o Orçamento português é que Marcelo não disse uma palavra: "Aqui estou noutra onda..."