Sonda e módulo de aterragem europeus já partiram para Marte

Aparelhos vão fazer viagem de sete meses. Missão ExoMars vai procurar por vestígios de vida no planeta vermelho.

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Foguetão russo Protão partiu de Baikonur Shamil Zhumatov/Reuters

A primeira parte da missão europeia ExoMars já partiu para o planeta vermelho. Nesta segunda-feira, às 9h31m (hora de Lisboa), a sonda Trace Gas Orbiter e o módulo de aterragem Schiaparelli deixaram a Terra dentro do foguetão russo Protão-M, que descolou da base espacial de Baikonur, no Cazaquistão. A missão vai procurar vestígios de vida presentes e passados no planeta vermelho, e foi concebida pela Agência Espacial Europeia (ESA), com participação da agência espacial russa Roscosmos.

A viagem vai durar sete meses. Três dias antes de atingirem o planeta, em meados de Outubro, o módulo irá separar-se da sonda para entrar na atmosfera marciana. A ESA nunca conseguiu aterrar com sucesso um aparelho em Marte, que tem uma atmosfera finíssima. Essa capacidade vai ser fulcral para a segunda parte da missão ExoMars, planeada para 2018, quando se enviar para Marte um rover concebido para furar o solo marciano até dois metros e investigar a existência de moléculas orgânicas complexas, um sinal de vida presente ou passada.

Entre Dezembro de 2017 e Dezembro de 2019, a Trace Gas Orbiter será responsável pela parte científica mais importante da primeira fase da missão. Os instrumentos da sonda vão medir com uma precisão inédita os gases raros da atmosfera marciana, como o metano. Este gás, cuja origem é desconhecida em Marte, poderá estar relacionado com a existência de vida.

Das dezenas de empresas que trabalharam na primeira fase da missão da ESA, três são portuguesas: a Critical Software, a Active Space Technologies (AST) e a HPS. A Critical Software desenvolveu e fez a validação de software importante para a missão. Já a AST trabalhou na protecção térmica do módulo de aterragem. Por fim, a HPS também ajudou a desenvolver o escudo de protecção térmico do “Schiaparelli”.

A missão ExoMars vai custar 1300 milhões de euros à ESA.

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