Agualusa na longlist do Prémio Man Booker Internacional
Escritor angolano concorre ao prémio de 65 mil euros com outro autor de língua portuguesa, o brasileiro Raduan Nassar. Na lista com 13 nomes estão pesos pesados como Orhan Pamuk e Elena Ferrante.
Depois de no ano passado ter incluído Mia Couto, a longlist dos finalistas ao Man Booker Internacional, prémio literário britânico que consagra o que de melhor se faz na ficção a nível mundial, volta a contemplar a língua portuguesa. E desta vez com dois autores – o angolano José Eduardo Agualusa e o brasileiro de origem libanesa Raduan Nassar
O primeiro foi escolhido pela obra Teoria Geral do Esquecimento (D. Quixote, 2012), que já lhe valeu em Portugal o Prémio Fernando Namora, em 2013. Neste romance, que dá a Agualusa a sua segunda nomeação para o Man Booker International (a primeira foi em 2007 e José Saramago também estava na lista), a acção começa numa Luanda à espera da independência, que haveria de chegar a 11 de Novembro de 1975, com uma portuguesa que decide construir um muro para separar o seu apartamento do resto do edifício em que mora, isolando-se do mundo nos 30 anos seguintes. A tradução agora publicada no Reino Unido pela Harvill Secker é de Daniel Hahn.
Raduan Nassar integra a lista com Um Copo de Cólera, obra de 1970 que no Brasil foi publicada em 1978 e adaptada ao cinema por Aluizio Abranches em 1999. O livro, traduzido por Stefan Tobler e editado pela Penguin Modern Classics, conta a história de um casal que, depois de uma noite de amor, se descobre em total desarmonia.
Num comunicado publicado no seu site na madrugada de quinta-feira, a Fundação Man Booker faz saber que o prémio internacional de 2016 será o primeiro a unir esforços com o de ficção estrangeira do jornal The Independent – um só livro será escolhido anualmente, recebendo um total de 65 mil euros, a dividir ao meio entre o autor e o tradutor. Entre os 13 concorrentes estão, além de Agualusa e Nassar, o escritor turco Orhan Pamuk (A Strangeness in My Mind), a italiana Elena Ferrante (História da Menina Perdida) ou o japonês Kenzaburo Oe (Death by Water).
O júri, encabeçado por Boyd Tonkin, um dos redactores seniores do The Independent, e composto pela antropóloga e escritora Tahmina Anam, pela poeta Ruth Padel e pelos académicos David Bellos e Daniel Medin, garante que a lista reflecte “a diversidade absoluta da grande ficção que se faz hoje”.
Em 2015, este prémio britânico – que já foi parar às mãos de autores como Lydia Davis, Philip Roth e Alice Munro – foi atribuído ao escritor húngaro László Krasznahorkai.
A shortlits do Man Booker International, com seis autores, será divulgada a 14 de Abril, um mês antes do anúncio do vencedor, marcado para 16 de Maio.