Ilustração

As “Mulheres” de Carol Rossetti somos nós

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Uma mãe que é "stripper", uma divorciada, uma ninfomaníaca, uma jovem com aparelho nos dentes, uma transexual, uma "loira burra", uma anoréctica. As mulheres desenhadas por Carol Rossetti são iguais a tantas outras e, por isso, confrontam-nos com os preconceitos de que o sexo feminino é alvo. "Mesmo que não se identifique com esta pessoa, não acha que ela merece respeito e dignidade?", questiona a jovem ilustradora brasileira na badana do novo livro, "Mulheres", que saiu este mês em Portugal numa edição da Chá das Cinco, chancela da Saída de Emergência. São 160 páginas de "retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade" — 32 deles, os publicados nesta galeria, inéditos. Porque "cada mulher tem a sua própria história" e "todas merecem ser ouvidas e representadas". Com 27 anos, Carol Rossetti começou esta série no Facebook para se obrigar a fazer um desenho por dia. Rapidamente, as suas ilustrações transformaram-se num fenómeno, com utilizadores de todo o mundo a partilhá-las e, até, a traduzi-las para outras línguas, como contávamos em 2014. Tenta, através do seu trabalho, "lutar por um mundo melhor", mas, como sublinha na introdução do livro, esta não "é a única maneira válida de luta", há mais: "Um dos meus autores preferidos, José Saramago, uma vez disse: 'Aprendi a não convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro.' Creio que seja uma das coisas mais sábias já ditas e também das mais difíceis de serem aprendidas. O que proponho é isto: vamos conversar e aprender uns com os outros, mas sem colonizar o próximo". A autora vai estar em Lisboa para promover o seu livro de 7 a 9 de Março. O livro é apresentado no dia 8, na Biblioteca de Belém, em Lisboa, num encontro conduzido por Catarina Furtado — é uma outra forma de assinalar o Dia Internacional da Mulher.