A defesa do FC Porto continua a preencher uma galeria de erros a uma velocidade inusitada nesta temporada. Marcano e Casillas ofereceram dois golos ao Sporting de Braga, que venceu com justiça o embate deste domingo, no seu terreno. Os “dragões” ainda esboçaram uma reacção à primeira contrariedade, mas acabaram batidos por 3-1. A derrota parece significar o adeus à disputa do título, num fim-de-semana em que poderiam ter ficado mais perto do primeiro lugar.

Os portistas tentam aproximar-se da liderança, beneficiando do triunfo do Benfica, na véspera, no derby de Lisboa. Em caso de triunfo, os “dragões” ficariam a um ponto do Sporting e a três do primeiro posto. Mas só nos primeiros 20 minutos do jogo o FC Porto pareceu capaz de reclamar a vitória em Braga.

A equipa de José Peseiro Porto criou a primeira oportunidade do encontro bem cedo. Aos 6’, André André cruzou da direita para a pequena área, onde, em esforço, Suk conseguiu fazer o desvio, mas Marafona defendeu para canto. Mas foram precisos mais 15 minutos para voltar a haver uma ocasião de perigo e novamente para os “azuis e brancos”. Brahimi (23’), num livre frontal quase sobre a linha de grande área, atirou ao poste da baliza bracarense.

O Sp. Braga demorou cinco minutos a reagir, por intermédio de Rafa. Num bom lance individual, o jovem extremo desenvencilhou-se de três adversários, rematando na zona frontal por cima da baliza de Casilllas. O lance parece ter sido o tónico que faltava para animar as hostes bracarenses. A equipa da casa conseguiu chegar mais vezes perto da área contrária e, aos 34’, dispôs da melhor ocasião do primeiro tempo, num lance em que é difícil perceber como não terminou em golo.

Primeiro, Hassan encontrou espaço atrás da defesa portista, ficando em boa posição para marcar. O avançado egípcio picou a bola por cima de Casillas, mas esta embateu na base do poste. Com a defesa do FC Porto completamente desposicionada, Rafa e Hassan tiveram novas oportunidades na recarga, mas os seus remates embateram no corpo dos defesas “azuis e brancos. José Peseiro acabaria expulso do banco por protestos na sequência deste lance — reclamava uma falta do egípcio sobre Danilo no início da jogada —, deixando a equipa do FC Porto sem treinador junto ao relvado durante mais de uma hora.

No segundo tempo, manteve-se o equilíbrio entre as duas equipas, mas a bola jogou-se sobretudo a meio-campo e andou mais longe das duas balizas. Nesse período, o único remate digno de registo foi do FC Porto, através de Rúben Neves (63’), mas a bola saiu ao lado.

O jogo estava lento e aparentemente bloqueado quando aconteceu o lance decisivo do encontro. É mais um para o “currículo” de erros defensivos do FC Porto. Djavan cruzou na esquerda e a bola parecia simples para que Marcano a cortasse, mas o espanhol deixou-a passar sob o pé, deixando Hassan à vontade para bater Iker Casillas.

O FC Porto sentiu o golo e demorou a voltar a encontrar-se e o Sporting de Braga podia ter sentenciado o jogo a 10 minutos do final. Rafa, vindo da esquerda, apareceu com espaço na área, rematou cruzado para o poste contrário, mas a bola embateu no ferro.

A partida podia ter “acabado” aí, mas estava, afinal, longe de estar resolvida. Sem que tivesse mostrado argumentos para voltar a discutir o resultado, o FC Porto chegou ao empate, a cinco minutos do final, por Maxi Pereira. O lateral finalizou de cabeça, após uma primeira defesa de Marafona a remate de Herrera.

O golo relançou o jogo e acabou por mostrar a melhor face do Sporting de Braga e a pior cara do FC Porto. A equipa da casa voltou a pôr-se em vantagem, aos 89’, por Rafa, que apareceu sozinho ao segundo poste, a responder a um cruzamento magistral de Djavan.

O resultado final seria estabelecido já em tempo de compensação, na sequência de uma saída disparatada de Casillas até meio do seu meio-campo. Alan evitou o guarda-redes e rematou para a baliza deserta, consumando o 13.º triunfo dos minhotos na Liga.

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