Uber diz que já ultrapassou um milhão de viagens em Portugal
Plataforma tecnológica reage a críticas do ministro do Ambiente. Diz que tem mil motoristas e pede revisão urgente da lei.
A Uber, plataforma tecnológica que liga motoristas a clientes, funcionando na prática como um serviço alternativo ao serviço de táxis, defende que as críticas que têm sido feitas reforçam a necessidade de “uma profunda revisão regulatória no sector da mobilidade”.
Para fundamentar essa necessidade de alteração regulatória contrapõe com números que revelam a dimensão da sua actividade. “Hoje, a Uber liga mais de mil motoristas activos a utilizadores nas cidades portuguesas. São pessoas de carne e osso que, graças à Uber, têm acesso a uma oportunidade económica e de trabalho”, refere uma nota publicada esta quarta-feira no seu site.
E avança ainda que os utilizadores em Portugal “já utilizaram a Uber para pedir mais de um milhão de viagens em Lisboa e no Porto”. Esta plataforma opera em Portugal desde 2014.
A nota surge depois das declarações do ministro do Ambiente, no Parlamento. Matos Fernandes questionou “a legalidade da Uber", considerando ainda que “não é um operador de transporte”.
A Uber diz concordar que “não é um operador de transporte, mas sim uma plataforma de tecnologia que liga pessoas a prestadores de serviços de transporte”, mas discorda “da afirmação feita acerca da legalidade da plataforma”. E contrapõe que “a Uber é uma plataforma tecnológica, e não existem regras legais em Portugal que limitem ou restrinjam serviços de intermediação electrónica”.
A empresa destaca ainda que os seus parceiros “são licenciados para desempenhar actividades de transporte de pessoas ou aluguer de veículo com motorista, e já o faziam antes da chegada da Uber ao mercado”.
Para a empresa, as declarações do ministro do Ambiente “são mais um exemplo da necessidade urgente de uma profunda revisão regulatória no sector da mobilidade”. E destacam que a regulação do transporte em táxi em Portugal data de 1998 e está “desactualizada, não privilegiando e protegendo o consumidor, não promovendo a criação de oportunidades de emprego, e não estimulando melhores soluções de mobilidade”.
A empresa adianta que está a aguardar “pacientemente pelo agendamento de reuniões que foram já solicitadas com carácter de urgência ao primeiro-ministro, e aos ministros da Economia e do Ambiente”.
A actividade da Uber tem sido contestada pelos taxistas, um pouco por todo o mundo e também em Portugal. Após uma providência cautelar da ANTRAL – Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Automóveis Ligeiros, a actividade da Uber foi declarada ilegal pelo Tribunal Cível de Lisboa em Abril de 2015, mas a plataforma continua a funcionar.