Salman Bin Ibrahim Al-Khalifa (Bahrein)
É apontado como o grande favorito à sucessão de Joseph Blatter no trono da FIFA, devido aos apoios que conseguiu reunir entre as federações asiáticas e africanas. O xeque Salman, de 50 anos, faz parte da família real do Bahrein, é presidente da confederação asiática de futebol e, desde 2015, vice-presidente da FIFA. São credenciais que não fazem dele um rosto de mudança, ao que se junta uma noção de democracia muito peculiar: “Se formos a eleições haverá derrotados e por vezes é melhor evitar isso. Seria melhor termos uma indicação clara sobre quem será escolhido”, afirmou sobre o processo eleitoral na FIFA. Foi alvo de críticas acesas pelo alegado envolvimento na repressão das manifestações pró-democracia, em 2011, incluindo acusações de violação dos direitos humanos, o que considerou “mentiras maldosas”. Defende um papel não-executivo para o presidente da FIFA e a separação entre os aspectos comerciais e de desenvolvimento do futebol.
Gianni Infantino (Suíça)
Secretário-geral da UEFA desde 2009, entrou na corrida como segunda opção, para salvaguardar a impossibilidade (que realmente veio a verificar-se) de o presidente da UEFA, Michel Platini, consumar a sua candidatura. “Dei o equivalente a cinco voltas ao planeta”, afirmou o advogado de 45 anos, que tem nacionalidade suíça e italiana, e nos últimos meses visitou inúmeros países para apresentar as linhas da sua candidatura. Reuniu alguns apoios mediáticos (a Federação Portuguesa de Futebol prometeu-lhe o seu voto, e José Mourinho, Luís Figo e Durão Barroso também o elogiaram) e deverá poder contar com os votos das associações europeias e sul-americanas, e talvez com alguns da América do Norte, Central e Caraíbas e de África. Infantino quer distribuir mais dinheiro às federações e alargar o Campeonato do Mundo das 32 equipas actuais para 40.
Ali Al Hussein (Jordânia)
É repetente nas eleições para a presidência da FIFA, tendo sido o único a apresentar-se a votos contra Joseph Blatter em Maio. O príncipe jordano de 40 anos, irmão do rei, já desempenhou funções de vice-presidente da FIFA e integrou o comité executivo entre 2011 e 2015, para além de ser presidente da federação jordana de futebol. Apesar de ter recolhido 73 votos no escrutínio anterior, desta vez deverá ter uma prestação mais modesta, mas até pode ficar em posição de decidir a eleição. Tem algumas propostas arrojadas no seu programa, incluindo uma “inversão da pirâmide” que desse maior poder às associações nacionais, aos jogadores, treinadores, dirigentes e adeptos. É favorável a um alargamento do Campeonato do Mundo, sem se comprometer com um número, e promete dar um milhão de dólares por ano às federações.
Jérôme Champagne (França)
Diplomata de carreira, este francês de 57 anos entrou no mundo do futebol em 1998, quando esteve no comité organizador do Mundial de França. Convidado por Blatter para integrar a estrutura da FIFA em 1998, teve várias funções até deixar o organismo que tutela o futebol mundial, em 2010, e tornar-se um defensor de reformas profundas na instituição. Mas é contra um presidente que não venha do mundo do futebol: “Não podemos ter alguém vindo de Marte ou de Vénus que passe dois anos a perceber as subtilezas, as idiossincrasias e todas as complexidades [da FIFA]”. Não conseguiu as nomeações necessárias para ser candidato em Maio de 2015, mas desta vez está na corrida. Defende uma distribuição mais equilibrada do dinheiro da FIFA, com especial atenção às federações mais pobres, e um funcionamento mais democrático e inclusivo do organismo.
Tokyo Sexwale (África do Sul)
É o verdadeiro outsider desta eleição. Homem de negócios com fortuna feita no sector da mineração, tem um passado de activismo anti-apartheid que lhe valeu uma passagem de 13 anos pela prisão de Robben Island, onde privou com Nelson Mandela. Foi ministro e apresentou a versão sul-africana do concurso The Apprentice. Julgava-se que abandonasse a corrida antes do acto eleitoral, porque mostrou abertura a “negociações e alianças”, mas levou a candidatura até ao fim. Fez uma campanha muito discreta e não lhe foi declarado qualquer apoio público. Num programa com medidas vagas, não há referências ao combate à corrupção na FIFA mas destaca-se a intenção de redistribuir as vagas no Campeonato do Mundo, dando mais lugares à confederação africana. Tokyo Sexwale também quer permitir a presença de patrocinadores nas camisolas das selecções nacionais.