Passos Coelho diz que OE será teste para a maioria de esquerda

Líder social-democrata referiu-se a possíveis "custos para os portugueses" mas não especificou quais.

Foto
Passos Coelho Nuno Ferreira Santos

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, sustentou que o OE para 2016 é um “repositório de intenções”, questionou “quanto tempo resistirá à realidade” e coloca, de forma velada, a hipótese de vir a ter custos para os portugueses, embora não especifique quais.

“A maioria socialista, bloquista, comunista e verde que suporta o Governo é populista, retrógada e irrealista. Isso está bem reflectido neste orçamento provisório. Sendo um repositório de intenções, veremos quanto tempo resistirá à realidade e se a própria maioria acredita nele. Esperamos que, desta vez, o custo da diferença seja mais acessível aos portugueses”, afirmou, na conclusão do discurso, sem adiantar qual o “custo” dessa diferença face ao que é defendido pelo PSD.  

Depois de recordar todo o processo orçamental, o líder social-democrata justificou o voto contra. “O Orçamento é mau e é um presente envenenado para os portugueses. Deixa o país mais vulnerável às crises externas e não faz o que é preciso para melhorar o potencial de crescimento no futuro. Promete menos emprego e menos investimento do que já alcançámos no ano passado”, afirmou.

Depois de dois dias a ser acusado pelo primeiro-ministro e por outros socialistas de estar a tentar, em Bruxelas, que a proposta orçamental fosse chumbada, Passos Coelho respondeu pela sua própria voz. “Julga que acusando, insinuando, denegrindo o seu antecessor, resolve o seu problema de poder ser visto como quem usurpa o que não conseguiu conquistar por direito próprio e de poder afinal ter ficado apenas com uma réplica da verdadeira fonte de autoridade que precisa de destruir e aniquilar para que a falsificação não seja notada”, afirmou.

Mesmo depois de ouvir apelos a consensos pelos socialistas, Passos Coelho fez questão de sublinhar as “diferenças” entre si e António Costa – “e são muitas” – e ironizou com a sua condição de líder da oposição que é alvo de ataques de todas as bancadas à esquerda. Como elemento do “Passismo”, referido por António Costa e que Passos não sabia existir, o líder do PSD disse ser “involuntariamente” um “factor de estabilidade para o Governo de Portugal”. A cada debate, prosseguiu, está a transformar-se “no principal elemento de agregação e união da curiosa diversidade partidária da maioria que o sustenta”. 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários