PCP diz que “é com muito orgulho” que participou neste OE

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O PCP não deu tréguas à direita Nuno Ferreira Santos

O primeiro dia do debate Parlamento sobre a proposta de Orçamento do Estado terminou num tom um pouco crispado com o deputado do PSD, Miguel Santos, a criticar o PCP de, ao participar neste OE, estar a “comprometer” aquele que é o seu grande património político: “a coerência”.

“O que se vê [neste orçamento] é um rombo na coerência do Partido Comunista Portuguesa”, sublinhou Miguel Santos (PSD), desafiando o comunista Paulo Sá a revelar quando é que o PCP vai interpor na AR uma proposta de renegociação da dívida.

E com alguma ironia perguntou se os comunistas contam com o apoio dos restantes partidos que suportam o Executivo de António Costa porque – frisou – “se não existir alguma posição conjunta relativamente aos seus parceiros,  se não haver alguma coerência, essa proposta vai chumbar”.

Miguel Santos contrariou as declarações do deputado Paulo Sá que, numa intervenção anterior, dissera que este orçamento abre as portas à contratação de funcionários públicos. “Oh senhor deputado, este orçamento prevê menos 10 mil funcionários públicos”, ripostou o social-democrata.

Depois tentou amarrá-lo a declarações que o comunista fez em Dezembro numa visita ao Centro Hospitalar do Algarve (que integra os hospitais de Portimão e de Faro) onde, segundo Miguel Santos, criticou a falta de pessoal e se insurgiu contra o “subfinanciamento e cortes que foram feitos naquele centro hospitalar”. E aproveitou denunciar que o CHA tem este ano um “corte de 5,5 milhões de euros”.

O deputado comunista relativizou as críticas e declarou: “Aquilo que os senhores queriam era estar aqui a aprovar medidas que levassem à exploração e ao empobrecimento das pessoas. Queriam estar aqui a aprovar medidas para a liquidação de direitos sociais”. Paulo Sá acusou o PSD de não querer discutir questões do foro da saúde como a “falta de contração de médicos, a melhoria dos cuidados de saúde, as taxas moderadoras”.

“Vocês queriam continuar aqui a aprovar as vossas políticas, mas viram a vossa acção interrompida com o contributo empenhado do PCP”, atirou Paulo Sá. Da bancada social-democrata ouvia-se um tal burburinho enquanto o parlamentar comunista falava, que o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, pediu silêncio e respeito entre as bancadas.

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