Tim Hecker está de volta (aos discos e a Portugal)
Músico canadiano lança Love Stream a 8 de Abril e um mês depois actua em Braga e Lisboa.
Tim Hecker continua a interessar-se pelo universo das artes visuais (Stan Douglas é um dos nomes que constam da sua lista de colaborações), já andou pelo meio académico e até pelos corredores mais institucionais do poder (trabalhou como analista político para o governo canadiano), mas é na música, e sobretudo no que ela pode ter de híbrido e transcendente quando misturadas muitas (e tão diferentes) referências, que parece sentir-se completamente em casa.
Três anos depois de Virgins, este nome obrigatório da música electrónica exploratória que divide boa parte do seu tempo entre Los Angeles e Montreal, está de regresso aos discos e aos concertos. Love Streams, álbum que marca a estreia de Hecker na histórica editora britânica 4AD, é lançado a 8 de Abril e, apenas um mês depois, o músico estará nos palcos portugueses: a 9 de Maio no espaço GNRation, em Braga (22h), e no dia seguinte em Lisboa, no Teatro Maria Matos (22h).
Dizem os críticos que a música que faz é inclassificável e que os seus 15 anos de carreira têm mostrado que não está disponível para deixar cristalizar a sua produção, ampliando cada vez mais os seus territórios de pesquisa. Em Love Streams Hecker deixou-se inspirar pela música coral do século XV, sobretudo pelas partituras de Josquin des Prez, trabalhando com uma rede confortável, a que nasce do convite a músicos que conhece bem - Kara-Lis Coverdale (teclas) e Grímur Helgason (sopros).
A mistura entre as composições para coro com 500 anos e os ambientes que Hecker é capaz de criar recorrendo a programas complexos de computador, encarregues de “desfigurar” (assim se lê no site da 4AD) as partituras originais, gera um “efeito semelhante ao de ouvir música sacra corrompida por uma encriptação”. Curiosos? O disco está quase aí (e os concertos também).