Dois motorista da Uber dizem ter agredidos na manhã desta terça-feira por um grupo de taxistas junto ao Hotel Sheraton do Porto.

A agressão terá ocorrido pelas 10h, depois de dois motoristas da Uber, uma aplicação móvel que permite chamar um carro com motorista, se terem deslocado ao hotel para identificar um taxista que anteriormente terá pontapeado o carro ao serviço da empresa.

Segundo relatou ao PÚBLICO um dos motoristas que terá sido agredido e que pediu para não ser identificado, “um grupo de taxistas partiu para uma agressão muito violenta” assim que percebeu que eles eram operadores da Uber. Um dos motoristas foi mesmo assistido no serviço de urgências do Hospital de Santo António, no Porto.

Contactado pelo PÚBLICO, o comando distrital da PSP do Porto confirmou que um grupo de agentes foi chamado ao local pelas 10h30, identificando “quatro taxistas acusados de agredirem dois indivíduos ao serviço da empresa Uber”.

Fonte oficial da Uber afirmou ao PÚBLICO que "condena veemente todos os actos de violência". "Situações como esta não são aceitáveis numa cidade portuguesa. Apresentamos a nossa total disponibilidade para colaborar com as autoridades. A segurança pública surge em primeiro lugar e apoiaremos de forma incondicional todos os nossos parceiros", acrescenta.

O Tribunal Central de Lisboa aceitou a 28 de Abril do ano passado uma providência cautelar interposta pela ANTRAL e proibiu os serviços da aplicação de transportes Uber em Portugal, decisão que foi confirmada pelo mesmo tribunal em Junho.

Nessa ocasião, fonte da Uber disse que a ANTRAL se enganou na empresa contra a qual dirigiu a providência cautelar e que acusou a Uber de prestar um serviço que não é prestado em Portugal, o Uber-Pop, que permite a qualquer pessoa, sem formação, disponibilizar o seu carro pessoal na plataforma e transportar clientes.

As preocupações sobre o enquadramento legal da Uber chegaram já à União Europeia. A Comissão Europeia arrancou recentemente com um processo que poderá acabar por trazer regras comunitárias a um sector em que a regulação é sobretudo nacional.

Taxista condenado
Um taxista foi condenado por dano de propriedade a 2 Fevereiro depois de ter sido detido pela PSP de Lisboa por ter furado um pneu de um carro ao serviço da Uber no dia 8 de Dezembro do ano passado.

O taxista, apanhado em flagrante delito pela PSP, foi condenado a uma pena de 150 dias de multa, à razão diária de 5 euros, o que perfaz a quantia total de 750 euros.