CP transportou mais 2,2 milhões de passageiros em 2015

Política comercial inovadora determinou acréscimo de passageiros, mas empresa não tem comboios nem melhores linhas férreas para melhorar serviços.

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O serviço de longo curso da CP transportou o número recorde de 5,5 milhões de passageiros Carlos Lopes (arquivo)

São só 2%, mas isso significa 2,2 milhões de passageiros. É este o acréscimo de passageiros que a CP transportou no ano passado e que totalizou 112 milhões em todos os seus serviços. A CP continuou a crescer pelo segundo ano consecutivo, sendo o serviço de longo curso (Alfa Pendular e Intercidades) o que mais subiu (5%) tendo ultrapassado o número recorde de 5,5 milhões de passageiros.

Nos comboios regionais o aumento foi 0,9%, chegando aos 10,59 milhões de passageiros. Uma subida ancorada sobretudo nos bons resultados das linhas do Douro e do Oeste. Esta última chegou a ter decidido o seu encerramento em 2011, no âmbito do PETI (Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas), mas uma nova abordagem da CP na sua exploração permitiu mantê-la activa e melhorar os seus resultados.

Nos serviços suburbanos o número de clientes da CP aumentou 2% em 2015. Nos suburbanos de Lisboa viajaram 75,8 milhões de passageiros e nos do Porto foram ultrapassados os 20 milhões.

Os proveitos de tráfego subiram 2,9%, para cerca de 220,5 milhões de euros. Já os gastos operacionais desceram 7% para 269,2 milhões, sobretudo, segundo a empresa, devido às poupanças com a energia e com a infra-estrutura.

A gestão de Manuel Queiró, que está desde 2013 à frente dos destinos da CP, tem-se caracterizado por uma forte aposta na política comercial, trazendo mais pessoas para os seus comboios, a par de uma paz laboral que estancou a onda de greves que existia na empresa.

Mas esse modelo está a esgotar-se e a empresa – embora preveja continuar a crescer este ano – está fortemente limitada nesse crescimento devido à falta de material circulante e a uma rede ferroviária que carece de investimentos para poder melhorar o serviço.

A frota de comboios a diesel está envelhecida, o que obrigou a CP a alugar a Espanha automotoras (também velhas) para o serviço regional e o próprio serviço de longo curso vai agora enfrentar fortes dificuldades quando os comboios pendulares começarem a ficar imobilizados para a “revisão de meia vida”.

Por outro lado, o adiamento, por parte da Infraestruturas de Portugal (ex-Refer) da electrificação de linhas férreas, tem impedido a melhoria do serviço sobretudo no Douro, Minho, Oeste e Algarve.

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