Homens que vêm de países com Zika devem usar preservativo, aconselha DGS

Nova orientação da Direcção-Geral da Saúde recomenda a mulheres que regressem de países afectados que evitem engravidar durante 28 dias.

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A principal forma de contrair a infecção é através de picada de mosquitos infectados REUTERS/Paulo Whitaker

A Direcção-Geral da Saúde acaba de recomendar aos homens que regressam de áreas afectadas pelo vírus Zika que utilizem preservativos durante as relações sexuais, “à luz do princípio da precaução”. Caso não apresentem sintomas, devem evitar relações sexuais desprotegidas durante 28 dias e, se exibirem sinais da infecção, devem usar preservativos durante um período de seis meses.

Também para as mulheres que regressam de áreas afectadas as recomendações são agora mais exigentes. As que não estão grávidas devem evitar engravidar durante 28 dias e, no caso daquelas que já estão grávidas, aconselha-se a realização de ecografias. São conselhos que constam da última orientação sobre vírus Zika que a DGS divulgou ao início da noite desta segunda-feira. A principal forma de contrair a infecção é através de picada de mosquitos infectados.

A orientação da DGS foi actualizada mais de uma semana depois de o centro norte-americano de controlo e prevenção de doenças (CDC) ter admitido que um homem no Texas contraiu a infecção por via sexual. "Os homens com parceiras sexuais grávidas que residem ou viajaram para zonas onde o vírus Zika se transmite activamente devem utilizar correctamente, e sempre, preservativos durante os seus actos sexuais, ou abster-se de actividade sexual durante a gravidez", recomendou então o CDC.

Em Portugal, foram confirmados até à data seis casos de infecção por vírus Zika, todos importados, cinco do Brasil e o sexto da Colômbia. Os casos evoluíram favoravelmente, sublinha a DGS, que já tinha aconselhado as mulheres em idade fértil que querem engravidar ou as que estão grávidas a não viajarem para os países onde o vírus tem expressão epidémica.

No início deste mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que os casos de microcefalia e a ocorrência de alterações neurológicas, pela sua gravidade e pela carga que implicam para as famílias, constituem uma emergência de saúde pública de âmbito internacional.

Com o risco de novas infecções em vários países, a OMS considerou ser adequado restringir as doações de sangue de viajantes oriundos de países de risco, de modo a evitar uma eventual propagação do vírus. A OMS acentuou que a sua prioridade é investigar os casos de microcefalia em bebés e controlar a praga de mosquitos que transmite o vírus.

O Zika é transportado por um mosquito comum nas Américas – o Aedes aegypti –, o mesmo que é portador da febre dengue e do vírus chikungunya, duas doenças comuns no Brasil. Com a excepção dos perigos para bebés em gestação, o vírus é quase inofensivo: nos piores dos casos causa febre ligeira, irritação cutânea ou olhos avermelhados.

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